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Contra desinformação, Twitter amplia sistema de denúncias

Criticada pela demora em adotar medidas de controle desse tipo de postagem, a plataforma alegou que mais da metade do conteúdo que viola as regras é detectada por sistemas automatizados, e que o restante é identificado por "monitoramento contínuo de equipes internas"

Contra desinformação, Twitter amplia sistema de denúncias
Notícias ao Minuto Brasil

10:10 - 18/01/22 por Estadao Conteudo

Tech Twitter

Após pressão de usuários, o Twitter anunciou nesta segunda, 17, a ampliação, no Brasil, do recurso que permite denunciar publicações contendo desinformação, sobretudo sobre a pandemia de covid-19. Criticada pela demora em adotar medidas de controle desse tipo de postagem, a plataforma alegou que mais da metade do conteúdo que viola as regras é detectada por sistemas automatizados, e que o restante é identificado por "monitoramento contínuo de equipes internas".

Além do País, o mecanismo chega também à Espanha e às Filipinas. A empresa decidiu não tornar a ferramenta, que ainda não é definitiva, disponível globalmente.

A iniciativa Sleeping Giants Brasil - que se apresenta como um coletivo de combate à desinformação e não revela a identidade das pessoas que o conduzem - intensificou nas últimas semanas a pressão para que o Twitter tomasse medidas mais restritivas em relação a publicações enganosas. Anteontem, a hashtag #FakeNewsMata, levantada pelo grupo, alcançou o topo dos assuntos mais comentados.

Na primeira semana do ano, a plataforma afirmou que acompanhava a discussão e avaliava "revisões" em suas políticas. Uma das principais queixas dos usuários que replicaram a hashtag era de que o Twitter não oferecia no Brasil as ferramentas de denúncia contra desinformação disponíveis em outros países. Com foco nessa demanda, o Sleeping Giants lançou um formulário que permitia enviar e-mails automáticos para o CEO da empresa. Até a manhã de ontem, mais de 6 mil mensagens já haviam sido encaminhadas.

Em nota ao Estadão na semana passada, o Twitter afirmou que já possuía uma "política de informações enganosas sobre o coronavírus" e que pode "obrigar que os clientes excluam tuítes gravemente nocivos". Contudo, a plataforma não permitia ao usuário denunciar por conta própria uma publicação que considerasse enganosa sobre a doença.

Exclusão

A política de exigir a remoção de um conteúdo foi aplicada recentemente contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele teve de apagar publicações nas quais descrevia a vacinação de crianças contra a covid como "infanticídio".

Em resposta às pressões, a empresa afirmou que sua abordagem contra a desinformação vai além de retirar conteúdos e contas do ar. "O Twitter tem o desafio de não arbitrar a verdade e dar às pessoas que usam o serviço o poder de expor, contrapor e discutir perspectivas. Isso é servir à conversa pública", diz comunicado publicado no perfil oficial da plataforma no Brasil. Há duas semanas, outra hashtag sobre tema semelhante esteve entre as mais comentadas, quando usuários questionaram a empresa por conceder o selo de verificação de autenticidade a uma blogueira bolsonarista contrária à vacina.

Na semana passada, o Twitter suspendeu a conta do empresário bolsonarista Luciano Hang, após ele compartilhar conteúdo contrário à vacinação de crianças. O acesso do empresário à plataforma foi restabelecido no sábado. Segundo a assessoria da empresa, o perfil voltou ao ar porque pessoas que tiveram suas contas suspensas podem pedir uma revisão das medidas tomadas pela plataforma. "Está prevista a possibilidade de que, após o processo de recurso, se conquiste o direito de voltar a operar contas suspensas."

Medida provisória

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que vai conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na tentativa de resgatar uma medida provisória para dificultar a remoção de conteúdo nas redes. Em setembro do ano passado, Pacheco devolveu uma MP assinada por Bolsonaro que alterava o Marco Civil da Internet e limitava a exclusão de conteúdo na internet.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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