A comissão de ética da Presidência da República entregou ofício nesta quarta-feira (15) ao presidente interino Michel Temer (PMDB) protestando contra a demissão na semana passada do secretário-executivo do colegiado federal, Hamilton Cruz.
No documento, o órgão presidencial afirma que a exoneração causou "surpresa" e "desconforto" e defende que a escolha do novo servidor seja feita pelos sete conselheiros, e não pela Casa Civil.
A demissão de Cruz foi publicada na edição da última quinta-feira (9) do Diário Oficial da União. A justificativa do ministro Eliseu Padilha é que o cargo é de livre nomeação da pasta e, portanto, cabe a ele escolher um nome de sua afinidade.
"Nós protestamos pela manutenção da prerrogativa de indicação pelo presidente da comissão de ética do secretário-executivo, o que é feito desde 1999", disse o presidente do colegiado federal, Mauro Menezes. "Por ser papel da comissão de ética o juízo isento, não entendemos que deve haver a politização desse cargo", criticou.
Para Menezes, a demissão de Cruz foi "injustificada" e é fundamental que seja garantida a isenção e a imparcialidade para que o colegiado federal se mantenha independente.
"Até agora, não tivemos a nomeação de um novo secretário-executivo, mas expressamos ao presidente interino a noção clara de que a escolha e indicação parta da comissão de ética pública", defendeu.
O ofício enviado ao peemedebista recebeu o apoio de todos os integrantes da comissão de ética. Na semana passada, Menezes afirmou que não foi consultado pela administração interina sobre a exoneração e que a Casa Civil fez uma "ingerência nociva".Cruz, que atuava na Controladoria-Geral da União, ocupava desde abril a função de secretário-geral, em uma nomeação feita pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Com informações da Folhapress.