Sem caciques do PSDB, João Doria oficializa candidatura
Em covenção vazia, candidato tucano oficializou candidatura à prefeitura de São Paulo neste domingo (24)
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Política São Paulo
Em uma convenção esvaziada, o PSDB lançou neste domingo (24) o empresário João Doria candidato à Prefeitura de São Paulo sem os principais caciques do partido.
A exceção foi o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), principal fiador da candidatura de Doria.
Nos discursos, o empresário e seu candidato a vice, Bruno Covas, procuraram baixar o tom nos ataques ao PT.
Alckmin se empenha na campanha municipal como demonstração de força e montagem de coligações para a eleição presidencial. O governador foi recebido com gritos de "presidentes".
Ele não mencionou a ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o chanceler José Serra, o senador José Aníbal e o ex-governador Alberto Goldman, que apoiaram o vereador Andrea Matarazzo nas prévias do PSDB.
Tucano histórico, Matarazzo deixou o partido e se filiou ao PSD com críticas a Alckmin e Doria.
Mesmo o governador Pedro Taques (Mato Grosso), que tinha confirmado presença, faltou ao evento.
O governador Marconi Perillo (Goiás) disse que falava em nome dos demais governadores tucanos ausentes.
O presidente do partido, senador Aécio Neves, que está no exterior, gravou vídeo em que reconheceu que "as disputas existem e fazem bem à política, mas é hora de unidade".
"Aos poucos, todos virão", minimizou Doria em entrevista após a convenção.
Ele mencionou a presença do senador Aloysio Nunes Ferreira, que apoiou Matarazzo nas prévias.
Em sua fala, Ferreira disse: "Estou aqui para testemunhar minha fé na unidade do partido".
Doria agradeceu a mensagem "muito linda" de Whatsapp de Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado.
A plateia, comportada, se esvaziou ao longo das sucessivas falas.
ATAQUES
Segundo a reportagem apurou, a orientação da campanha é que os ataques ao PT sejam ajustados para não deixar a corrida personalista.
Doria, que foi interpelado na Justiça pelo ex-presidente Lula, na convenção disse que "não quero particularizar, não vou fazer isso na campanha, mas não posso deixar de dizer: o PT, partido do Lula e (da presidente afastada) Dilma, entregou um legado maldito, da imoralidade, das mentiras, do roubo e do assalto ao dinheiro público".
Ele mencionou nominalmente os caciques tucanos que boicotaram a convenção por oposição à sua candidatura. "Política não se faz com o fígado, se faz com grandeza", discursou. A "discordância", afirmou, "faz parte da democracia, mas nem por isso devemos estigmatizar ou afastar pessoas do nosso partido".
Doria disse que "nunca fui um divisionista", ao contrário, definiu-se como um "aglutinador".
Covas criticou o "jeito PT do discurso vazio, do continuísmo e do retrocesso" e disse que a chapa tucana vai "enterrar" o partido "em São Paulo e no Brasil".Alckmin afirmou que o "os 13 anos do lulopetismo levaram o país a ser saqueado" e causaram o afastamento das pessoas da política. "Hoje estamos trazendo alguém que não é do dia a dia da política", disse.
"O PT quer vencer a eleição para se redimir, para resolver os seus problemas. O João e o Bruno querem vencer a eleição para resolver os problemas do nosso povo", declarou Alckmin. Com informações da Folhapress.