A proposta apresentada pela presidente afastada, Dilma Rousseff, pela convocação de plebiscito sobre antecipação de eleições no Brasil foi rejeitada, por 14 votos a 2, pela cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta terça-feira (23), a Executiva Nacional da legenda votou contra a publicação de um documento que endossaria a sugestão da petista.

Segundo a Folha de S. Paulo, esta foi a primeira vez que o comando da sigla se manifestou formalmente sobre a proposta. A emenda reproduzia um trecho da carta de compromissos divulgada por Dilma na tentativa de reverter a tendência pelo impeachment no Senado. O documento foi apresentada pelo secretário de Formação do PT, Carlos Henrique Árabe, e sugeria uma declaração do partido em favor do plebiscito.

"O PT apoia a afirmação da presidenta Dilma na sua carta histórica ao povo: 'Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral'", dizia o texto que foi rejeitado.

No encontro, prevaleceu a visão do presidente do PT, Rui Falcão, de que, neste momento, o plebiscito não teria capacidade de atrair senadores contra o impedimento. Ele nega que seja um sinal de afastamento.

"A carta foi amplamente reproduzida em nosso site. Por que repô-la aqui?", justificou Falcão.

Mesmo não defendendo o plebiscito, o documento incentiva a realização de ato contra o impeachment e condena a gestão interina de Michel Temer como "usurpador" e ameaça aos direitos sociais.

O documento ainda destaca a realização dos Jogos Olímpicos no Rio como uma vitória de Lula e Dilma.