Imperatriz diz que não vai ceder à ira dos ruralistas sobre enredo
Escola de samba faz críticas ao agronegócio em ala denominada 'Fazendeiros e seus agrotóxicos'
© Marco Antônio Cavalcanti/ Riotur
Política Carnaval
O carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense, Cahê Rodrigues, afirma que a escola de samba não vai alterar uma vírgula do enredo "Xingu, o clamor que vem da floresta", que embalará o desfile deste ano, por conta da insatisfação dos produtores rurais com as denúncias apresentadas na música.
"Vamos manter tudo como o planejado", diss Rodrigues ao "O Globo". Ele explica que a polêmica "foi devido a uma ala que critica o uso indevido de agrotóxicos, inserida num setor do enredo que cita ainda as queimadas, os madeireiros e os danos ambientais causados pela Usina Hidroelétrica de Belo Monte". O carnavalesco garante que "em momento algum foi intenção da escola agredir o agronegócio".
Segundo a matéria, a ala que tanto incomoda os ruralista se chama "Fazendeiros e seus agrotóxicos". Alguns dos seus integrantes desfilarão com chapéus, borrifadores na mão e caveiras no peito. Porém, a crítica maior é em relação à música, que diz que "o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e seca os rios", entre outras frases de impacto.
O setor, bastante conhecido na Sapucaí por ter patrocinado desfiles recentemente, vai levar o assunto para uma comissão do Senado e a uma reunião do Conselho do Agronegócio (Consagro), ligado ao Ministério da Agricultura.
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