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'É um enorme tiro no pé', diz Renato Janine sobre Bolsonaro em 2018

Com a obra "Boa Política" lançada na última semana, o ex-ministro da Educação de Dilma comentou sobre impeachment e expectativa para 2018

'É um enorme tiro no pé', diz Renato Janine sobre Bolsonaro em 2018
Notícias ao Minuto Brasil

05:39 - 23/08/17 por Notícias Ao Minuto

Política Opinião

Sob o título "Boa Política", o livro do ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff, o filósofo Renato Janine Ribeiro, lançado na última semana, traz uma discussão, entre outros temas, sobre os escândalos de corrupção, crise de imagem ética do PT, além dos impeachments e os movimentos de protesto.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Ribeiro refere-se à obra como "um livro otimista num momento pessimista". Questionado se o governo Lula havia praticado uma "boa política", o ex-ministro foi enfático. "Lula e Dilma tiveram vários elementos liberais, a começar pelo Bolsa Família... Muito pela meta da igualdade de oportunidades. Eles não foram muito além", afirmou, acrescentando que Dilma pode ser acusada de defender um maior papel do Estado. "Mas isso são meios. Na escala dos fins, a Dilma queria igualdade de oportunidades, que é um tema liberal.

Questionado sobre o governo Fernando Henrique, ele sentenciou que o ex-presidente não se preocupou com a igualdade de oportunidades. "Não acho que o PSDB chegue a ser liberal, é um partido que está aquém do liberalismo", opinou. De direita para a esquerda, Ribeiro comentou sobre o enfraquecimento da posição política. "A esquerda está enfraquecida, mas estou pensando nos pobres que estão perdendo perspectiva. Essa não é uma sociedade que tem vergonha da desigualdade".

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Ele ainda ressaltou que, por esse motivo, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está satisfeito. "Por isso o Bolsonaro está com tanta simpatia, mas é um enorme tiro no pé. O Brasil não cresceria nada com o Bolsonaro", enfatizou. Um dos problemas do Brasil, afirmou, é que o país não nunca fez um ajuste de contas com o passado, o que, consequentemente, é um hiato para desenvolver a democracia.

"É sempre varrido para baixo do tapete. Você tem uma sociedade na qual o passado tem uma presença fortíssima. Não se pune os bandidos aqui. Com todas as falhas da Lava Jato, ela colocou na prisão alguns criminosos. Talvez a gente tenha mais elementos de enfrentar isso. Estamos vivendo um momento de iconoclastia. Sobrou quem? O Moro e o Bolsonaro", destacou.

Saída de Dilma

O impeachment que Dilma sofreu, segundo ele, foi um erro fundamental. "Colocou no governo um grupo que é o mais acusado de corrupção, que aumentou extraordinariamente o déficit fiscal e acentuou a desigualdade. A desmoralização dos poderes constitucionais ficou gigantesca. Quando tem um juiz que ganha R$ 500 mil por mês, isso é uma crise. Quem respeita depois disso o poder inteiro? O respeito pelas instituições acabou".

Próximas eleições

Sobre as expectativas para 2018, ele acredita que é necessário criar projetos novos. Ele citou Lula como exemplo, no entanto, esclareceu que não há mais dinheiro na mesma medida. "Não pode dizer simplesmente que vamos retomar os projetos petistas. Nenhum dos nomes cogitados está fazendo uma discussão séria de projeto para o Brasil", finalizou.

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