A esposa do delator Lúcio Funaro, Raquel Pitta, afirmou nesta terça-feira (21) em depoimento à Justiça Federal, em Brasília, que o ex-ministro Geddel Vieira Lima ligou para ela "várias vezes" depois que o marido foi preso. Segundo o G1, Raquel prestou depoimento em um processo que investiga se Geddel tentou impedir que Funaro fechasse acordo de delação premiada, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro.

Funaro é apontado como operador financeiro do PMDB em esquemas de corrupção. Ele também irá prestar depoimento nesta terça. Geddel está preso mas recebeu autorização para acompanhar os depoimentos junto com seus advogados.

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De acordo com a publicação Raquel disse que, antes de o marido ser preso, só encontrou com Geddel em dois momentos. No entanto, após a prisão de Funaro, o ex-ministro de Temer começou a ligar "bastante" para ela. "Dizia que se precisasse de alguma coisa não era para eu me preocupar. Estava sempre preocupado, sempre atencioso, pergunta como a gente estava. Ligou várias vezes. Eram muito rápidas as ligações, não tinham nem assunto em questão", afirmou.

Ainda segundo a esposa de Funaro, as ligações de Geddel geralmente ocorriam às sextas-feiras, dia em que ela visitava o marido. "Era o dia que ele mais ligava para saber como estava o Lúcio", contou.

Raquel disse ainda que atendia as chamadas de Geddel porque não sabia que o ex-ministro tinha "algum interesse". "Não me incomodava de receber as ligações. Até a delação do meu marido, era uma pessoa que sempre foi muito solícita, não sabia que até então tinha algum interesse", afirmou.

Em junho deste ano, Funaro confirmou à Polícia Federal que recebeu sondagens do ex-ministro Geddel Vieira Lima sobre a eventual intenção de fazer acordo de delação premiada. Funaro está preso desde julho do ano passado por suspeitas de envolvimento num esquema, investigado pela Lava Jato, de desvios no FI-FGTS, fundo de investimentos administrado pela Caixa Econômica Federal.