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CPI do BNDES no Senado aprova parecer sem pedidos de indiciamento

Relatório ainda será votado nos plenários da Câmara e do Senado

CPI do BNDES no Senado aprova parecer sem pedidos de indiciamento
Notícias ao Minuto Brasil

17:51 - 20/03/18 por Notícias Ao Minuto

Política Investigação

Os bancos de desenvolvimento criados ou mantidos pela União terão limites para aquisição de ativos no exterior ou participação em empresa estrangeira. As instituições passarão também a contar com um novo mecanismo de crédito e serão obrigadas a seguir regras de transparência em suas operações.

É o que se pretende estabelecer com o projeto de lei apresentado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, aprovado nesta quarta-feira (20), e que não apresenta pedidos de indiciamento. De autoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), o relatório ainda será  votado nos Plenários da Câmara e do Senado.

Pelo projeto de lei contido no relatório, será criada a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), a ser emitida pelo BNDES e bancos de desenvolvimento. Os recursos captados por meio da LCD não estão sujeitos a recolhimentos e depósitos compulsórios ou a encaixe e vinculação obrigatórios determinados pelo Banco Central, bem como a recolhimento de valores ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

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O relatório também recomenda a apreciação do PLS 7/2016 — Complementar, do senador Lasier Martins (PSD-RS), que veda o sigilo bancário nas operações de crédito do BNDES. A proposta aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Sugestões

O relatório sugere ao BNDES a criação de uma comissão interna para apurar eventuais irregularidades na aplicação de recursos da instituição pelos estados. A comissão interna também deverá estabelecer mecanismos para que mudanças na finalidade ou uso pretendido de cada obra seja previamente acordado com o banco.

O relatório recomenda ainda que seja regulamentada a possibilidade de estados e municípios oferecerem direitos referentes aos fundos de participação como garantia dos empréstimos. Também propõe a adoção de critérios na concessão de empréstimos a estados e municípios com aval da União.

O relatório propõe também que o BNDES adote como padrão de conduta a análise e divulgação, em cada financiamento, dos objetivos a serem atingidos após execução do projeto. Para efeito da concessão de participação no lucro a diretores e empregados do BNDES, o relatório propõe que seja levado em conta não apenas o lucro contábil, mas também o cumprimento das metas dos financiamentos concedidos.

Discussão

Durante a discussão do projeto, Lasier Martins destacou que os empréstimos do BNDES envolvem verba pública oriunda do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Tesouro Nacional.

Já o senador Armando Monteiro (PTB-PE) destacou que o projeto reconhece o papel que o BNDES deve cumprir, e busca aperfeiçoar os mecanismos internos de gestão e governança da instituição.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), por sua vez, apontou o esvaziamento dos bancos públicos, entre eles o BNDES, mas ressaltou que o projeto avança no que diz respeito à transparência.

A CPI do BNDES foi instalada em agosto de 2017 para investigar irregularidades nos empréstimos concedidos no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais, e nas operações voltadas ao apoio e desenvolvimento integrado dos estados.

A comissão ouviu representantes do BNDES, Tribunal de Contas da União (TCU), Banco Central e Comissão de Valores Imobiliários (CVM), o empresário Eike Batista, do grupo EBX, e os empresários Wesley e Joesley Batista, do grupo J&F Investimentos. O artigo 58 da Constituição determina que as conclusões da CPI sejam encaminhadas ao Ministério Público.

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