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Lei tem que valer para todos igualmente, diz Marina Silva sobre Lula

Pré-candidata afirmou ainda que a Lei da Ficha Limpa não deve fazer distinções

Lei tem que valer para todos igualmente, diz Marina Silva sobre Lula
Notícias ao Minuto Brasil

22:13 - 23/03/18 por Folhapress

Política Posicionamento

Para o rico ou para o pobre, para o anônimo ou para quem tem popularidade, a lei é uma só e não pode mudar em função do réu, afirmou a ex-senadora Marina Silva ao fim de evento da Rede em São Paulo, nesta sexta-feira (23), um dia após o STF (Supremo Tribunal Federal) conceder liminar que favoreceu o ex-presidente Lula (PT).

"A nossa preocupação é de que a Justiça funcione sem dois pesos e duas medidas", disse a presidenciável e ex-ministra do petista. "Nós temos uma lei que diz que, após a segunda instância, é para cumprir a pena. E a lei não pode mudar em função do julgado. Não é só para o Lula, é para qualquer pessoa que esteja sendo julgada."

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Marina afirmou ainda que a Lei da Ficha Limpa não deve fazer distinções. O petista e seus apoiadores têm a intenção de manter a candidatura dele à Presidência mesmo após a condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP).

O encontro de lideranças da Rede era para assinar uma aliança com o movimento Frente Favela Brasil (FFB) no estado de São Paulo. Pelo acordo, a legenda se dispõe a abrigar os candidatos da frente, que está em fase de formação como partido e não obteve registro oficial a tempo de disputar o pleito de outubro.

Pelo menos dez pré-candidatos a deputado entrarão na sigla de Marina, segundo Nilza Camillo, presidente do núcleo paulista da FFB. Integrantes da organização, no entanto, estão livres para aderir a outras siglas.

O grupo foi procurado também por partidos como PSB e PSOL. A Rede, de acordo com Nilza, acabou sendo escolhida porque ofereceu ajuda para coletar as assinaturas necessárias para a oficialização da FFB como partido.

"Eles passaram por isso recentemente [tiveram a criação deferida em 2015], podem nos ajudar nesse processo de conseguir os apoios", afirmou ela durante o evento com a pré-candidata, que reuniu cerca de 25 pessoas em um coworking (espaço compartilhado de trabalho) na região de Pinheiros.

O diretório nacional da FFB disse nesta semana que não fez coligação no plano federal com nenhum partido. A aliança em São Paulo foi decidida pelos representantes locais, modelo que deve se repetir em outros estados, já que as células do movimento têm autonomia.

Segundo Marina, o acordo com a frente não representa uma cooptação do movimento pelo partido, mas uma tentativa de interação, com discussão de propostas e colaboração em campanhas. "Não é uma coisa para a gente ficar disputando a militância. É para uma convivência."

A aproximação de movimentos como a FFB coincide com o momento em que a Rede enfrenta a perda de parlamentares -os deputados federais Alessandro Molon (RJ) e Aliel Machado (PR) deixaram a sigla em fevereiro rumo ao PSB.

Na semana passada, o partido de Marina assinou com o grupo Acredito um acordo similar ao fechado com a FFB.

A perda de filiados no Congresso preocupa a presidenciável porque ameaça sua presença em debates na TV durante a campanha -um partido precisa ter no mínimo cinco congressistas para que seu candidato participe dos programas com os adversários.

A sigla tem que atrair no mínimo dois nomes para atingir o patamar. Segundo interlocutores, a líder da Rede convidou os senadores Reguffe (sem partido-DF) e Cristovam Buarque (PPS-DF) para se filiarem. Cristovam é pré-candidato de seu partido à Presidência da República, mas tem feito acenos na direção da ex-senadora.

Marina disse nesta sexta-feira que os diálogos com organizações de renovação política já estavam em curso há meses e não têm relação com o êxodo de parlamentares. "A gente está falando da aliança com núcleos vivos da sociedade desde 2010", afirmou.

A adesão dos movimentos pode não representar uma salvação imediata, mas tende a produzir efeitos positivos para o partido caso integrantes desses grupos que estejam filiados consigam se eleger em outubro.

Eles ajudariam o partido a manter representatividade no Congresso e a garantir, por exemplo, o acesso a recursos públicos. Muitos dos novos membros, no entanto, estão se filiando sem o compromisso de votar conforme orientações da sigla ou de participar das atividades partidárias. Com informações da Folhapress. 

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