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Bolsonaro parece ter alcançado teto de intenção de votos, diz analista

Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fez avaliação após divulgação da última pesquisa de intenção de voto

Bolsonaro parece ter alcançado teto de intenção de votos, diz analista
Notícias ao Minuto Brasil

08:46 - 15/05/18 por Estadao Conteudo

Política Opinião

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) parece ter atingido seu teto de intenção de votos, segundo Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira, 14, indica o deputado federal na vice-liderança, com 16,7%, no cenário que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No entanto, diz Marco Antonio, o desempenho de Bolsonaro já pode ser o suficiente para levá-lo ao segundo turno. "Por mais que esse pareça o teto, não é um teto que o coloque fora do páreo", afirmou. O professor afirmou, entretanto, que, numa segunda etapa de votação, Bolsonaro teria poucas chances de vencer: "Nesse caso, acho que a rejeição a ele prevalece".

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Já o desempenho de Lula, preso desde 7 de abril, indica, segundo Teixeira, que o ex-presidente ainda terá influência na campanha e aumenta a probabilidade de o PT lançar uma candidatura própria. "Devem insistir na candidatura do Lula porque, se abrirem mão, a solidariedade em torno dele se dissolverá em algum grau. Mas todos sabem que a probabilidade é muito remota. Tudo indica que, caso optem por candidatura própria, será a de Fernando Haddad", afirmou o professor, lembrando que o outro possível candidato, Jaques Wagner, indicou que não abre mão de tentar uma vaga no Senado pela Bahia.

Além de Lula e Bolsonaro, os outros três candidatos competitivos, de acordo com Teixeira, são Marina, Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Eles tiveram 7,6%, 5,4% e 4% das intenções de voto, respectivamente. "A surpresa da pesquisa é que o Alckmin não decola. Já era tempo de ele aparecer na condição de competidor melhor", afirmou Marco Antonio. Entre os motivos para o fraco desempenho do tucano, estão a falta de aliados e as divisões dentro do próprio partido.

"O DEM, aliado natural do PSDB, já afirmou que vai buscar outro espaço. E o próprio PSDB está dividido - há rachas em torno do Doria, com pedaços do partido apoiando o Márcio França (PSB). E a imagem do partido em Minas, região que sempre lhes deu muitos votos, está esfacelada por causa do Aécio Neves."

Para o cientista político, a impopularidade do governo Temer, indicada pela pesquisa - o presidente aparece com avaliação negativa de 71,2% e 4,3% positiva - também terá impacto na corrida eleitoral. "Por mais que se fale de ensaio entre Temer e Alckmin, isso será precedido de muita ponderação eleitoral. As intenções de voto também não devem animar o MDB a ter candidatura própria e reduzir a capacidade de eleger bancada. Há muito tempo eles evitam ter candidatura à Presidência para liberar os acordos nos Estados."

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