A cúpula e políticos do PT se juntaram a uma marcha formada por integrantes de movimentos sociais, na tarde desta quarta-feira (15), para registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF).

Lula está preso desde o dia 7 de abril, na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR), condenado a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá (SP).

Por causa da sentença em segunda instância, o petista foi enquadrado na lei da Ficha Limpa e sua candidatura dependerá da Justiça Eleitoral. O partido, no entanto, insiste no nome de Lula, tendo como vice Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.

"Hoje é um dia histórico. Para nós é uma vitória política muito grande fazer este ato de registro. Nos vamos sair de Brasília com Lula candidato a presidente da República e com Haddad registrado como vice", disse a presidente da legenda, senadora Gleisi Hoffmann, ao discursar para milhares de militantes.

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Momentos antes, em entrevista coletiva, ela já havia afirmado que a "campanha eleitoral terá Lula na urna em 7 de outubro e Lula no Palácio do Planalto em 2017". A senadora ainda criticou o adiamento do interrogatório do petista, pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, na ação que envolve o sítio em Atibaia (SP). Em despacho publicado na manhã de hoje, o magistrado afirmou que o objetivo é "evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios".

"O que vem da vara de Curitiba é um absurdo em termos de processo penal. Vocês acompanharam o impasse, no dia 8 de julho, em relação ao alvará de soltura expedido a favor de Lula, para que uma decisão não fosse cumprida, para que Lula não fosse solto. Agora diz que não marca ou desmarca uma audiência usando desse argumento? Se não fosse época de eleição, ele faria isso como já fez tantas vezes. É apenas perseguição", afirmou Gleisi.

Haddad também estava presente, assim como Manuela D´Ávila (PC do B), que deve compor a chapa com o ex-prefeito, em caso de impugnação da candidatura do ex-presidente. "É curioso que na oportunidade que Lula tem de se defender, é cassado o direito dele de falar antes das eleições? Por que ele não adiou os depoimentos das testemunhas de acusação também, que nada acrescentaram?", questinou ele.

As audiências estavam marcadas para datas entre 27 de agosto e 11 de setembro. Os interrogatórios agora devem ocorrer entre 5 e 14 de novembro.

Em seguida, Haddad defendeu a participação de Lula nos debates. "A legislação é cristalina. Mesmo que a candidatura esteja sub judice, o candidato registrado tem todo o direito de participar dos debates", afirmou.

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