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Assessores de candidatos acham possível acelerar ajuste com reformas

Um dos desafios do novo presidente será reorganizar a área econômica do país

Assessores de candidatos acham possível acelerar ajuste com reformas
Notícias ao Minuto Brasil

07:33 - 26/08/18 por Folhapress

Política Eleições

Responsável pelo programa econômico de Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-presidente do Banco Central Persio Arida disse que reformas no início do próximo governo permitirão equilibrar as contas públicas antes do que sugerem as projeções oficiais.

"O quadro será outro após a eleição, e os objetivos de zerar o déficit em dois anos e voltar a gerar superávits podem ser atingidos fazendo as reformas que propomos", afirmou.

Embora Alckmin ainda não tenha detalhado seus planos, ele promete usar o capital político que terá se vencer a eleição para modernizar impostos e a Previdência Social, cujas despesas crescentes consomem mais da metade dos recursos do governo federal.

O presidenciável tucano tem falado em duplicar a renda per capita do país, que equivalia a R$ 1.268 no fim do ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A ideia não aparece no folheto que Alckmin apresentou à Justiça Eleitoral, mas ele promete detalhá-la na versão final do seu programa.

Segundo os cálculos de Arida, a meta poderia ser alcançada em duas décadas se a economia brasileira crescesse entre 4% e 4,5% ao ano durante esse período, taxa que não foi sustentada por muito tempo em nenhum momento da história recente do país.

"A importância da meta está em fazer uma engenharia reversa, levando as pessoas a se perguntar como atingir taxas de crescimento mais elevadas", disse o economista. Para Arida, qualquer receita teria que incluir investimentos em educação e uma maior abertura comercial do país.

Mesmo se crescesse no ritmo acelerado que marcou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alcançou a taxa média de 2,9% de crescimento anual, o Brasil levaria 24 anos para dobrar sua renda per capita, estima o economista Samir Cury, pesquisador sênior do Insper.

"A meta sugerida por Alckmin é muito irrealista", disse. "Historicamente, nunca conseguimos sustentar por tanto tempo taxas de crescimento tão altas como a necessária para atingir esse objetivo."

Para o economista Nelson Marconi, coordenador do programa de Ciro Gomes (PDT), mudanças na cobrança de impostos sobre lucros e dividendos das empresas e cortes de benefícios tributários concedidos no passado abrirão caminho para equilibrar o orçamento mais rapidamente.

As projeções da Instituição Fiscal Independente, do Senado, consideram efeitos de reformas que freiem o crescimento das despesas da Previdência, mas não outras medidas como as que os presidenciáveis cogitam. "O próximo governo terá condições de acelerar o ajuste", disse Marconi.

O coordenador do programa de governo de Marina Silva (Rede), João Paulo Capobianco, defendeu a adoção de metas mais ambiciosas para redução do desmatamento e das emissões de gases do efeito estufa apontando avanços na agricultura e na pecuária.

"O aumento da produtividade no setor permite expandir a produção sem ocupar novas áreas, abrindo espaço para políticas mais sustentáveis", disse Capobianco.

Procurado pela reportagem para discutir as metas estabelecidas no programa de governo de Jair Bolsonaro (PSL), o economista Paulo Guedes, principal formulador de sua equipe, não quis dar entrevista. Com informações da Folhapress.

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