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Escolha de chanceler Ernesto Araújo é vitória de Eduardo Bolsonaro

Ele foi um dos responsáveis por levar ao pai o nome do diplomata, seguindo indicação do autor Olavo de Carvalho

Escolha de chanceler Ernesto Araújo é vitória de Eduardo Bolsonaro
Notícias ao Minuto Brasil

17:41 - 15/11/18 por Folhapress

Política Itamaraty

A escolha do embaixador Ernesto Henrique Araújo para comandar o Itamaraty no governo de Jair Bolsonaro representa uma vitória de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Ele foi um dos responsáveis por levar ao pai o nome do diplomata, seguindo indicação do autor Olavo de Carvalho. Esta foi a primeira escolha para composição dos ministérios em que a indicação dos filhos do presidente eleito prevaleceu.

Deputado federal mais bem votado, Eduardo ambiciona assumir o papel de uma liderança latino-americana de direita, ultrapassando as fronteiras do Brasil.

Frequentemente, faz postagens em línguas estrangeiras nas redes sociais e dialoga com políticos de outros países da América Latina, dos EUA ou da Itália, por exemplo, sempre mostrando proximidade com políticos com quem compartilha a ideologia.

O deputado federal fez questão de demonstrar seu papel na escolha do futuro chanceler e posicionou-se estrategicamente atrás do pai enquanto ele concedia uma entrevista ao lado de Araújo, na quarta-feira (14).

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Ele estava se mantendo mais à sombra desde que veio a público, durante a campanha, um vídeo em que dizia que para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) bastava "um cabo e um soldado". O deputado foi repreendido pelo pai publicamente, que o chamou de "garoto" e disse que "se alguém falou em fechar o STF, precisa de um psiquiatra".

A indicação para chefia do Itamaraty contou também com a anuência de outro filho do presidente eleito, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Os irmãos prontamente usaram as redes sociais referendar a escolha do futuro ministro.

O núcleo de poder que cerca Bolsonaro é formado por ao menos três campos de forças distintas e que, frequentemente, colidem entre si. O familiar, formado pelos três filhos mais velhos do capitão reformado, até agora não tinha conquistado nenhuma vitória na escolha dos futuros ministros.

Além de Eduardo e Carlos, o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) também busca influenciar as decisões do pai. Ele, contudo, ficou de fora da escolha de Araújo e já tinha viajado ao Rio de Janeiro quando o nome do próximo chanceler foi anunciado em Brasília.

Orbitam em torno do futuro presidente ainda outros dois núcleos políticos: um liderado pelo advogado Gustavo Bebianno (ex-presidente do PSL) e que conta com o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com o senador Magno Malta (PR-ES) e com o deputado federal eleito Julian Lemos (PSL-PB).

Também pesam na escolha de decisões importantes e de formação de governo a ala militar, liderada pelo general Augusto Heleno, que comandará o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), composta também pelo vice, o general Hamilton Mourão.

Além dos três núcleos, atua paralelamente o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem autonomia para escolhas em sua área, mas que frequentemente tem de fazer concessões ou negociações com os políticos.

A ideia de Eduardo é manter proximidade com o Itamaraty e lançar-se um político com conhecimento em política externa. Ele esteve recentemente nos EUA, onde se reuniu com o estrategista do presidente Donald Trump, Steve Bannon, que declarou apoio a seu pai.

E tenta agora nova investida no governo americano, buscando se aproximar do vice-presidente Mike Pence. Ele chegou a anunciar o encontro pelas redes sociais, o que foi negado pelo governo dos Estados Unidos.

A aproximação de Eduardo com Araújo se dá, além do alinhamento ideológico e influência de Carvalho, pelo cargo ocupado pelo diplomata.

Na carreira há 29 anos, o embaixador de 51 anos é diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos.

Além de tentar se manter próximo dos EUA, Eduardo já mantém contato com um grupo venezuelano chamado Rumbo Libertad, que faz oposição ao ditador Nicolás Maduro.

No meio do ano, ele tentou organizar a Cúpula Conservadora das Américas. Eduardo teve a iniciativa frustrada e o evento foi adiado para dezembro.

A ida de seu pai, o então candidato a presidente, foi cancelada de última hora para evitar problemas jurídicos com o financiamento do evento. Com informações da Folhapress.

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