Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Patrimônio de Flávio foi construído antes de ele se tornar empresário

Filho do presidente alega que seu patrimônio vem de negócios, não da política, mas tem apenas uma franquia da Kopenhagen no Rio

Patrimônio de Flávio foi construído antes de ele se tornar empresário
Notícias ao Minuto Brasil

08:00 - 22/01/19 por Notícias Ao Minuto

Política Investigação

O patrimônio do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) foi construído antes de ele se declarar empresário, segundo consta em cartórios da Justiça Eleitoral e da Junta Comercial do Rio de Janeiro.

Como apurado pela 'Folha de S. Paulo', o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) é sócio da Bolsotini Chocolates e Café Ltda, uma franquia da Kopenhagen no Via Parque Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A empresa foi aberta em 7 de janeiro de 2015 e tem mais um sócio, segundo a Receita Federal. De acordo com a publicação, esta é a única atividade empresarial declarada por Flávio em toda a sua trajetória política, desde 2002.

+ Comprador confirma pagamento em dinheiro a Flávio, mas datas divergem

O ex-assessor do deputado estadual, Fabrício Queiroz, é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por envolvimento em esquema ilegal de arrecadação de parte dos salários de servidores do gabinete, prática conhecida como rachadinha.

Um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a partir da investigação, mostrou que Flávio também fez movimentações consideradas atípicas em sua conta. Foram realizados 48 depósitos de R$ 2.000 para ele entre junho e julho de 2017.

+ Quais suspeitas assombram Flávio Bolsonaro

No domingo (20), em entrevista à 'TV Record', o filho do presidente acusou a imprensa de insinuar que a origem de seu dinheiro tem a ver com ex-assessores de seu gabinete. "Não tem. Explico mais uma vez. Sou empresário, o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado. Não vivo só do salário de deputado", afirmou.

Como divulgado pela 'Folha de S. Paulo' anteriormente, Flávio fez pelo menos 20 transações imobiliárias, entre comprar, vendas e permutas, em 14 anos.

De acordo com dados do cartório, a maior parte das transações foi realizada antes de 2015. Outras foram realizadas antes, mas quitadas posteriormente, quando Flávio já tinha a loja.

A assessoria da Kopenhagen informou ao jornal que "o retorno do investimento aplicado ocorre de dois a três anos após o início das atividades". No caso de Flávio, só começaria em 2017 ou 2018. Segundo pessoas familiarizadas com esse tipo de franquia consultadas pelo jornal, o faturamento bruto (não descontadas despesas) é de cerca de R$ 60 mil mensais.

A marca também revelou que uma franquia como a de Flávio tem uma taxa de R$ 45 mil, além do investimento inicial de R$ 350 mil, mais R$ 100 mil de capital de giro.

+ Mourão diz que caso Coaf é preocupação de pai para filho

Questionado pela reportagem se exerce alguma outra atividade, o senador não se manifestou.

O salário de deputado estadual do Rio é de R$ 25,3 mil brutos. Na última declaração de bens, em 2018, Flávio informou ter R$ 1,74 milhão, considerando o fato de que ele diz ser dono de apenas 50% dos imóveis, pois é casado em regime de separação de bens.

Em 2002, quando entrou na vida pública, o senador eleito tinha apenas um carro Gol 1.0 de R$ 25,5 mil. Entre 2012 e 2014, Flávio fez muitas movimentações imobiliárias.

As duas últimas grandes aquisições foram em 2015, um apartamento no bairro de Laranjeiras e outro na Barra da Tijuca, no Rio. Juntos, os dois imóveis foram registrados a um custo de R$ 4,2 milhões. Nos dois casos, foram pedidos empréstimos bancários, um na Caixa e outro no Itaú

De acordo com Flávio, a dívida de R$ 1 milhão com a Caixa foi quitada em 2017. O valor é próximo ao do pagamento identificado pelo Coaf. No entanto, ele não explicou a origem do dinheiro.

Depois de 2015, Flávio fez apenas uma permuta e uma venda: ele trocou o imóvel nas Laranjeiras por um na Urca e por uma sala comercial na Barra e ainda recebeu R$ 600 mil. Em maio 2018, o apartamento da Urca foi vendido, por R$ 1,1 milhão.

Campo obrigatório