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Após vídeo, Planalto vê desmobilização de apoiadores de Bolsonaro

Monitoramento feito nas contas do governo e do próprio presidente mostrou que as críticas não vêm só de oposicionistas, mas de pessoas que votaram em Bolsonaro

Após vídeo, Planalto vê desmobilização de apoiadores de Bolsonaro
Notícias ao Minuto Brasil

18:29 - 06/03/19 por Folhapress

Política Efeito colateral

Após repercussão negativa de postagens controversas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais, o Palácio do Planalto identificou desmobilização de parte da tropa de seus apoiadores na internet.

Monitoramento feito nas contas do governo e do próprio presidente mostrou que as críticas não vêm só de oposicionistas, mas de pessoas que votaram em Bolsonaro por se identificarem com pautas conservadoras, mas especialmente por serem críticos aos governos do PT.

A preocupação de auxiliares palacianos é que esse tipo de publicações leve a uma geração de crises espontâneas recorrentes e que isso prejudique sua popularidade antes mesmo de o governo chegar aos primeiros cem dias.

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Na visão deles, as polêmicas criadas a partir de publicações nas redes oficiais podem atrapalhar a votação de pautas consideradas fundamentais para o bom desempenho do governo, como a reforma da Previdência.

O episódio mais recente foi em meio ao feriado de Carnaval, quando críticas a escândalos envolvendo candidaturas de laranjas e críticas ao presidente e seus familiares foram presentes em blocos em diversas capitais brasileiras.

Além disso, na terça-feira (5), Bolsonaro divulgou em seu perfil oficial do Twitter um vídeo em que em que um homem aparece dançando sobre um ponto de táxi após introduzir o dedo no próprio ânus. Na sequência, surge outro rapaz que urina na cabeça do que dançava.

Entre os usuários, alguns criticaram o dirigente por ele ter sido o responsável por compartilhar imagens com conteúdo pornográfico, levando esse tipo de mensagem a chegar a crianças e menores.

Bolsonaro se elegeu, entre outras bandeiras, por defender o fim da educação sexual nas escolas. Por meio da bandeira do projeto Escola sem Partido, o presidente diz com frequência que governos de esquerda promoviam a erotização das crianças.

Nesta quarta (6), após a hashtag "goldenshowerbolsonaro" se tornar um dos assuntos mais comentados na rede social no Brasil, o presidente fez um post indagando "o que é golden shower?" e nova onda de críticas tomaram as redes ligadas a ele.

Golden shower é o nome popular -em inglês- para o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele. Novas críticas vieram de oposicionistas e de apoiadores.

A reforma da Previdência, tema caro ao governo, ficou de fora da grande quantidade de publicações do presidente feitas nas redes durante o feriado.

O controle do conteúdo publicado nas redes sociais não está a cargo da Secom (Secretaria de Comunicação Social), como era feito em gestões anteriores. Ao assumir o governo, o presidente passou o tema aos cuidados de assessores especiais, ligados diretamente à Presidência.

Entre os assessores especiais está Tercio Arnaud, que era do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos filhos do presidente e o responsável por criar uma estratégia de comunicação agressiva do pai com usuários das redes sociais.

Questionado sobre os motivos das publicações, a assessoria de imprensa do Planalto informou à reportagem que não comentaria o caso por se tratar de uma conta pessoal do presidente.

Embora o episódio do Carnaval tenha gerado críticas, a primeira identificação de dissidentes se deu em fevereiro, no processo de fritura pública do ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido por Bolsonaro após ter sido chamado por ele pelo Twitter de mentiroso.

O monitoramento das redes mostrou que apoiadores viram no processo de desgaste do ex-ministro, que foi um dos principais aliados do presidente na campanha, um sinal de deslealdade de Bolsonaro.

Após a Folha de S.Paulo revelar um esquema de candidaturas de laranjas, Bebianno passou quase uma semana pendurado no cargo após ter sido chamado publicamente de mentiroso pelo presidente. Com informações da Folhapress.

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