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Funcionário só irá ao escritório para tarefa específica, diz presidente do Google

A companhia planeja que o escritório seja usado, em média, apenas três dias por semana pela maioria dos cerca de 140 mil empregados

Funcionário só irá ao escritório para tarefa específica, diz presidente do Google
Notícias ao Minuto Brasil

10:58 - 27/05/21 por Folhapress

Tech Google

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Google foi uma das primeiras grandes empresas globais a determinar que os funcionários trabalhassem de casa no início da crise de Covid-19. Quinze meses depois, a companhia planeja que o escritório seja usado, em média, apenas três dias por semana pela maioria dos cerca de 140 mil empregados.

Sundar Pichai, presidente-executivo da Alphabet, controladora do Google, afirma que o futuro do trabalho será de flexibilidade aos que tiverem a opção de fazer home office.

"As pessoas irão ao escritório com mais propósito, numa média de três vezes por semana, o que vai garantir mais flexibilidade. Quando forem ao escritório, irão com intenção específica. Estamos com esse modelo em mente", disse o executivo em um encontro virtual com um grupo de oito jornalistas na noite de quarta-feira (26), uma semana após o evento de desenvolvedores da companhia.

O plano, já anunciado internamente no início deste mês, prevê que 60% da força de trabalho permaneça no escritório de antes da pandemia, com trabalho presencial de três dias por semana, 20% opte por explorar outros escritórios do Google, em qualquer lugar do mundo, também por três dias, e 20% trabalhe de forma remota durante toda a semana.

Essa dinâmica de intercâmbio, segundo Pichai, é uma oportunidade para aumentar a diversidade na companhia e garantir que as pessoas que moram mais afastadas dos escritórios, em especial nas grandes cidades, possam se deslocar apenas quando for necessário.

Durante a conversa, o executivo, que está no comando do Google desde 2015, detalhou anúncios recentes feitos pela empresa de tecnologia e respondeu a perguntas sobre regulação. Amazon, Google e Facebook estão no centro de discussões de autoridades reguladoras em diversos países.

Pichai afirmou que a companhia irá respeitar as novas e polêmicas regras de internet na Índia, que entraram em vigor na segunda (24).

"Respeitamos leis locais nos países em que operamos", afirmou. "Explicamos a todos a importância da informação, promovendo o fluxo livre de informação, mas respeitamos os processos legislativos e a soberania de países democráticos e trabalhamos para nos adaptar", acrescentou Pichai, que é indiano.

A Índia criou normas que acabam com a garantia de criptografia de ponta a ponta e obrigam empresas a rastrear conteúdo em aplicativos de mensagens. A lei levou o WhatsApp a processar o governo local.

Já a Austrália determinou em fevereiro que big techs paguem por notícias de veículos de comunicação disseminadas em suas plataformas, uma forma de reequilibrar a receita perdida por empresas jornalísticas para empresas como Google e Facebook, que agregam a maior parte dos anunciantes publicitários.

"O Google vê o jornalismo como uma das fundações da democracia", afirmou Pichai. O processo na Austrália foi "importante e construtivo", nas suas palavras. "Trabalhamos duro para chegar ao certo, que é apoiar a nova lei."

No ano passado, o Google anunciou US$ 1 bilhão em parcerias com veículos e iniciativas de fomento ao jornalismo, além de verba para coibir a disseminação de informações equivocadas sobre a Covid-19.

Em seu último balanço, no fim de abril, a Alphabet registrou uma receita bruta de US$ 55,3 bilhões, um crescimento de 34% sobre o balanço anterior. O lucro da companhia é de US$ 17,9 bilhões.

Já nos Estados Unidos, o Google é alvo de três processos de antitruste por ter posição dominante em múltiplos mercados. "As pessoas escolhem o Google porque criamos um produto que é valioso e vemos como beneficia a economia. Vemos o benefício que dá a pequenos negócios, às pessoas e à sociedade", disse Pichai.

No campo de regulação de IA (inteligência artificial), o Google articula junto a outras gigantes de tecnologia, como IBM e Microsoft, a adoção de princípios éticos para o desenvolvimento e uso de sistemas inteligentes.

O executivo diz que cada região do mundo se aproxima do tema à sua maneira, mas que vê consenso para a defesa de padrões como segurança, privacidade, justiça e ausência de viés, a fim de evitar discriminações de raça e gênero, por exemplo. Para ele, é possível chegar a um padrão global de ética em inteligência artificial que sirva de modelo para a indústria.

Pichai reforçou que a privacidade se tornou uma preocupação mais forte da empresa, que tem inserido configurações avançadas de proteção por default de seus serviços. O executivo refutou, por exemplo, o armazenamento de dados de indivíduos para o direcionamento de publicidade.

"O anúncio não precisa conhecer o indivíduo. O vendedor do carro precisa saber que determinar pessoa se interessa em carro, mas não deve saber quem ela é, seu nome."

Durante a conferência de desenvolvedores, na semana passada, a companhia anunciou mudanças de privacidade na próxima versão do Android, sistema operacional instalado em 3 bilhões de aparelhos no mundo.

Em relação aos lançamentos, o presidente do Google também elencou que companhia mira o aperfeiçoamento da leitura e tradução de imagens a partir do Google Lens, sistema de busca por fotos, a evolução da inteligência artificial para o sistema de busca, a customização do Google Maps, entre outros. A empresa recém inaugurou um campus para a computação quântica, em Santa Bárbara, na Califórnia.

"Estamos criando a habilidade de os computadores verem o mundo de forma mais holística", disse.

Ele não deu uma data para que os novos recursos sejam incorporados aos produtos, mas deixou claro o que espera: que seja possível "caminhar por Tóquio pelo Google Maps e saber qual o menu desse restaurante". "Queremos que seja possível fazer perguntas como essa, estamos trabalhando nisso."

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