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Novo aplicativo promete monitorar mosquito Aedes aegypti

A proposta é que essa tecnologia possa ser disponibilizada para todo o território nacional

Novo aplicativo promete monitorar mosquito Aedes aegypti
Notícias ao Minuto Brasil

14:32 - 23/04/17 por Notícias Ao Minuto

Tech AeTrapp

Em 2016, foram registrados 1,4 milhão de casos de dengue no Brasil, mas apenas cerca de 30% dos municípios brasileiros fizeram o monitoramento das populações de mosquitos Aedes. O WWF-Brasil propõe uma armadilha de baixo custo e um aplicativo para smartphones chamado AeTrapp para o monitoramento cidadão destes dados. Premiado pelo Desafio de Impacto Social Google 2016, o Aetrapp promove o protagonismo do comunitário no monitoramento da proliferação de mosquitos Aedes, transmissores de zika, dengue e hikungunya.

O projeto está em fase experimental de campo, em que se pretende engajar moradores de dez bairros da capital do Acre, Rio Branco, na vigilância cidadã de focos de mosquitos em suas localidades. A ideia é que após validada a metodologia, essa tecnologia seja disponibilizada para o uso em todo o território nacional e demais países afetados pelas doenças.

Com o projeto, o cidadão é incentivado a construir e manter em sua casa uma armadilha adaptada para o mosquito depositar seus ovos, chamadas de aetrampas. As armadilhas são uma adaptação das chamadas ovitrampas, uma tecnologia já consolidada mas restrita a agentes de saúde. São iscas simples, de baixo custo, que consistem em vasos feitos a partir de garrafas PET de 2L, preenchidos com água, onde uma paleta de papel é parcialmente mergulhada, servindo de depósito de ovos pelas fêmeas de mosquitos Aedes. A ferramenta possibilita a comparação da presença dos mosquitos em diferentes localidades e a dinâmica populacional nos locais onde for instalada. Os resultados da análise podem ser usados no planejamento de operações da vigilância e do controle do vetor. Veja no link como funciona.

Por meio do aplicativo, o cidadão poderá tirar fotos semanais das paletas, que são automaticamente enviadas para um servidor onde a contagem automática dos ovos é feita por um algoritmo desenvolvido pelo time de desenvolvedores do projeto. O número de ovos em cada amostra, assim como datas, horários e coordenadas geográficas do local são disponibilizados num mapa aberto para qualquer pessoa ter acesso. Assim, as comunidades e agentes públicos poderão visualizar os focos de transmissão, fazer comparativos de quantidades de mosquitos em diferentes localidades e analisar séries históricas. Com isso, será possível elaborar estratégias precisas e urgentes para o combate, priorizando as áreas mais críticas. Assista o vídeo de como isso é feito.

É importante ressaltar que esse experimento inicial é monitorado por agentes de vigilância epidemiológica, uma vez que o uso incorreto das aetrampas pode transformá-las em criadouros do mosquito. Com os resultados obtidos durante as oito semanas de teste, o WWF-Brasil poderá avaliar, adaptar e replicar a metodologia. Essa solução pode proporcionar o monitoramento cidadão de focos do mosquito Aedes numa escala nunca antes alcançada em lugar nenhum do mundo, já que o mosquito está presente em todos os países tropicais e subtropicais.

Aetrapp é destaque em exposição no Museu do Amanhã

O projeto Aetrapp, do WWF-Brasil, foi uma das iniciativas escolhidas pelo Museu do Amanhã para participar de sua mais nova exposição, no Rio de Janeiro. Intitulada de Inovanças – Criações à brasileira, a ser inaugurada no próximo dia 25 de abril, a mostra, em formato lúdico, fará o visitante embarcar numa viagem pelo mundo das invenções e criações do Brasil.

Dividida em sete áreas, Inovanças foi idealizada sem paredes e será exposta em um espaço de 600m2. A inspiração veio do filme Dogville, de Lars von Trie, e remete à fluidez do processo criativo, não existindo limites ou barreiras ao conhecimento e à inventividade. O projeto Aetrapp fará parte da área Imprompto (Improviso) em que será exibido um vídeo explicativo do projeto.

“A escolha do Aetrapp pela curadoria da exposição confirma o potencial desse projeto que estimula o protagonismo cidadão como um bom exemplo do uso da tecnologia para promover impacto social”, avalia Marcelo Oliveira, especialista de conservação do WWF-Brasil.

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