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Emirados Árabes planejam construir cidade em Marte

País ambiciona enviar sua primeira espaçonave não tripulada a Marte, um pequeno orbitador de 1.500 kg, em 2020

Emirados Árabes planejam construir cidade em Marte
Notícias ao Minuto Brasil

22:38 - 12/11/17 por Folhapress

Tech Espaço

Dubai, cidade já conhecida por obras arquitetônicas que transbordam ostentação, como o maior shopping e o prédio mais alto do mundo, está prestes a ganhar sua mais inusitada construção: o protótipo de uma cidade marciana.

O projeto faz parte do plano arrojado dos Emirados Árabes Unidos (EAU) de fundar uma cidade inteira no planeta vermelho em um século. O país ambiciona enviar sua primeira espaçonave não tripulada a Marte, um pequeno orbitador de 1.500 kg, em 2020.

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"Esperamos no século vindouro desenvolver ciência, tecnologia e a paixão da nossa juventude pelo conhecimento", disse, via Twitter, o sheik Mohammed bin Rashid al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos EAU, ao anunciar a iniciativa Mars 2117.

Em Dubai, o protótipo, batizado de Mars Science City (Cidade da Ciência de Marte), será um centro de educação, pesquisa e divulgação da exploração espacial, orçado em US$ 140 milhões.

Para desenvolver o projeto, os árabes contrataram a empresa de arquitetura dinamarquesa BIG, liderada por Bjarke Ingels. A construção, que consiste de cinco domos interligados ocupando uma área de 56,8 mil m2, será realizada ao longo dos próximos anos –ainda não há cronograma oficialmente definido.

"Um dos desafios da Mars Science City é desenvolver a tecnologia para formar um complexo urbano com as conformações que possibilitam sustentar a vida em Marte", disse Ingels.

"Estamos estudando como os prédios podem operar por si mesmos com uma rede elétrica independente e água reciclável, como precisaria ser no planeta vermelho. O plano é criar uma cidade com a maior eficiência de recursos possível e uma economia circular: fazer o máximo com o mínimo."

Todas as estruturas pensadas para a cidade marciana em Dubai têm em vista os desafios que o planeta vermelho oferece. Um dos mais complicados para uma moradia permanente em Marte é a maior exposição à radiação cósmica (o planeta não tem um campo magnético, de forma que a chuva de partículas ameaçadoras à saúde vindas do espaço é bem maior que na Terra) e o risco de impactos de meteoritos, já que a atmosfera lá é menos densa que a da Terra e oferece menor proteção.

O interior das estruturas, claro, terá de ser pressurizado com uma atmosfera suficiente para a respiração humana, e isso naturalmente conduz ao uso de domos -forma que distribui de forma mais efetiva a pressão exercida pelo ar do lado de dentro.

"Estamos trabalhamos com domos como a geometria ideal para estruturas acima do solo, e eles devem ser impressos em 3D com regolito -a poeira marciana- por meios robóticos", explica Ingels. "Após a impressão, um domo inflável feito de plástico reciclável, ultraleve e transparente seria adicionado para pressurizar as estruturas. Juntos, esses elementos formam um ambiente habitável e protegido da radiação e de meteoros."

ESCALÁVEL

O projeto foi concebido para ir crescendo conforme a demanda -algo pouco importante para a Mars Science City, mas fundamental para uma cidade marciana de verdade.

Segundo o arquiteto dinamarquês, as estruturas a serem construídas em Dubai terão capacidade para abrigar mil pessoas, se estivessem em Marte. "Mas os EAU querem, em 2117, começar a construir uma cidade inteira para 600 mil pessoas em Marte", diz.

Para isso, a ideia é ampliar o número de domos a fim de abrigar mais e mais habitantes. Claro, seja qual for a escala, há uma grande distância -medida em dezenas de milhões de quilômetros- entre construir uma cidade marciana em Dubai e uma em Marte. Mas Ingels acredita que vai acontecer.

"Parece impensável agora, mas quando europeus começaram a colonizar a Austrália, levava seis meses para chegar lá. E a jornada para Marte não é muito mais longa, e não é muito mais perigosa do que era ir à Austrália naquela época."

Ele vê o projeto como uma grande oportunidade para também melhorar a vida aqui mesmo na Terra. "As mesmas tecnologias e princípios que aplicaremos em Marte nos permitirão ser melhores guardiões do ecossistema do qual nos beneficiamos hoje." Com informações da Folhapress.

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