Militares defendem Eduardo e rechaçam medidas extremas

A fala de Eduardo Bolsonaro sobre o 'AI-5' ainda repercute dentro e fora do governo

© Reuters

Política Polêmica 01/11/19 POR Estadao Conteudo

A defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao AI-5, uma das medidas mais drásticas da ditadura, foi recebida com críticas e constrangimento por oficiais-generais do Alto Comando das Forças Armadas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo. A avaliação é a de que não há espaço para se falar em ações extremas, pois o País vive em uma democracia e já possui instrumentos legais para conter eventuais excessos em manifestações como as que ocorrem atualmente no Chile. Procurado, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, não quis se manifestar sobre o assunto.

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Após Eduardo pedir desculpas pelo comentário, o general da ativa Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo, usou as redes sociais para fazer um apelo. "Precisamos buscar serenar ânimos! Não podemos criar fantasmas onde não existe!! Opiniões não podem servir para distorcer os fatos ou potencializar diferenças políticas", tuitou.

Oficiais-generais quatro estrelas afirmam ter visto nas declarações do filho "03" do presidente Jair Bolsonaro uma provocação à esquerda. Lembram que a radicalização no discurso é uma estratégia do deputado e até do presidente usada com frequência.

As manifestações nos países vizinhos são acompanhadas com atenção pelas Forças Armadas e a avaliação é de que, por enquanto, não há riscos de protestos semelhantes no Brasil.

O presidente do Clube Militar, general Eduardo José Barbosa, reverbera o pensamento dos comandantes de tropa e também avalia não haver mais espaço para AI-5 no Brasil. "Hoje, só cabe o que está na Constituição", disse. "Para casos extremos que por acaso possam acontecer, como no Chile, a nossa Constituição é clara e prevê Estado de Defesa e Estado de Sítio, que poderiam ser decretados pelo presidente, mas isso precisaria de aval do Congresso."

Questionado se a declaração de Eduardo causa constrangimento, o general negou. "O que A ou B fala é opinião de cada um. A liberdade de expressão é garantida a qualquer pessoa. Portanto, ele pode falar o que ele quiser", completou o militar da reserva.

'Vivandeiras'

"Tem sempre as vivandeiras, como dizia o marechal Castelo Branco", disse um dos generais consultados pelo jornal. Comandante de tropa, o general de divisão afirmou que declarações como a de Eduardo Bolsonaro "não calam dentro da instituição". Ele afirmou que os generais não veem nenhuma ameaça à ordem democrática e às instituições. "Desde 1985, o País conviveu com dois impeachments e o fez de forma serena. As instituições estão funcionando e não precisam de tutela", afirmou o general.

O militar afirmou que não deveria ser necessário lembrar a ninguém que o Exército não toma partido, não é força de governo, mas uma instituição de Estado, que representa a Nação e defende a Pátria. Para ele, a estrutura de segurança pública dos Estados é mais do que suficiente para garantir a ordem. O oficial deu como exemplo os protestos de 2013. De acordo com o general, naquele ano, as PMs - principalmente a de São Paulo - mostraram que podem lidar com esse tipo de evento sem o recurso a medidas excepcionais.

Outro general disse que há radicais no entorno do presidente. "Quando alguém entra na minha sala e diz que é para fechar o Supremo não precisa nem do cabo, basta o soldado, pois eles estão desarmados. Eu pergunto: 'E amanhã?' O Brasil não é a Bolívia. Radicalismo não leva a nada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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