"Por favor, me matem". Freira protege manifestantes em Myanmar

A freira, de 45 anos, se colocaou na frente dos manifestantes e suplicou ao exército de Myanmar que não disparasse sobre eles

© Reprodução

Mundo Myanmar 08/03/21 POR NMBR

A irmã Ann Roza Nu Tawng, de 45 anos, arriscou sua vida para salvar os manifestantes de Myanmar da ação da polícia. Em lágrimas, implorou aos oficiais: "Por favor, me matem. Eu não quero ver pessoas serem mortas".

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Em imagens captadas no dia 28 de fevereiro, em Myitkyina, no estado de Kachin, Ann Roza é vista implorando à polícia e aos soldados para não dispararem.

A intervenção tem sido chamada de Myanmar's 'Tiananmen moment', numa alusão a um dos momentos mais icônicos que simboliza a luta pela liberdade na história recente, no Massacre de Tiananmen.

Em 1989, um homem, que segurava um saco em cada uma das mãos, parou heroicamente em frente dos tanques militares nas imediações da Praça Tiananmen, em Pequim. O homem levantou a mão direita para pedir aos militares que parassem e, por breves momentos, o pedido foi aceito.

À Sky News, a irmã Ann Roza contou que estava numa clínica trabalhando e avistou um grupo de manifestantes, seguidos pelos militares. "Eles abriram fogo e começaram a bater nos protestantes. Eu fiquei chocada e pensei: 'Hoje é o dia para morrer'. Eu decidi morrer", recordou.

A religiosa intercedeu pelos protestantes junto dos militares, dizendo que eles não tinham cometido nenhum crime. "Eu chorava como uma louca. Eu era como uma mãe galinha a proteger os pintinhos", disse ainda.

Em lágrimas, Ann Roza tencionava "ajudar as pessoas a escapar e parar a ação das forças de seguranças".

Um dos militares disse então à freira: "Não se preocupe tanto, nós não vamos disparar sobre eles". Mas Ann Roza, habituada a cenários de guerra, não acreditava que os militares não fossem disparar sobre os manifestantes.

A freira acabou depois levando um dos protestantes feridos para a clínica, para ser tratado.

Veja as imagens do momento:

Pelo menos 54 manifestantes, incluindo cinco menores, morreram e centenas ficaram feridos devido a tiros de polícias e soldados durante os protestos, contra o golpe de 1 de fevereiro, que se repetem diariamente em todo o país.

Além disso, mais de 1.500 pessoas, incluindo políticos, ativistas, jornalistas e monges, foram detidos desde o golpe militar e mais de 1.200 continuam presas, incluindo Suu Kyi, de 75 anos, que está incomunicável em prisão domiciliária.

A junta militar continua com uma campanha de desinformação na imprensa oficial, na qual insiste que houve fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, embora estas tenham sido validadas por observadores internacionais, e no desempenho correto das forças de segurança.

Os militares cortaram o acesso à Internet todas as noites durante semanas, como parte das medidas repressivas contra a população, que lançaram um movimento de desobediência civil contra o golpe.

Dias depois do levante militar, durante o qual parte do Governo eleito de Suu Kyi foi preso, a junta militar cortou o acesso a redes sociais como Facebook e Twitter para impedir que os cidadãos organizassem e compartilhassem vídeos, mas muitos contornam o bloqueio por meio de VPN.

Os manifestantes exigem que o exército liberte os presos, permita o retorno à democracia e reconheça o resultado das eleições de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia foi a vencedora.

Leia Também: As imagens (e a mensagem) que marcam a histórica visita do Papa ao Iraque

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