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As medidas promovidas nesta quinta-feira, 25, pelo Banco Central, em especial no mercado de crédito, podem ajudar na expansão desse setor e, com o destaque de que o crescimento poderá ocorrer de forma mais "saudável", na avaliação da instituição.
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As alterações que estão na circular divulgada nesta tarde entram em vigor em janeiro do ano que vem, mas o anúncio das mudanças ocorreu justamente no dia em que o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, antecipou que vai revisar para baixo sua estimativa de expansão do mercado de crédito doméstico.
A projeção mais atualizada do BC é de crescimento de 1% - ante previsão de alta anterior de 5%. Em 12 meses até julho, o segmento de empréstimos está estagnado em 0,2%. A nova projeção do BC será anunciada daqui a um mês, um pouco antes da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação.
De acordo com informações prestadas pelo BC, os estudos internos da instituição não mostram necessariamente uma relação entre a maior liberação de capital no curto prazo e as medidas previstas na circular divulgada esta tarde.
A expectativa, no entanto, é a de que no futuro, com as mudanças das práticas pelos bancos e tomadores de crédito, a exigência possa ser de menos capital e, consequentemente, os juros podem cair.
O Banco Central informou que tentou fazer um estudo de impacto sobre as mudanças aos indicadores de solvência das instituições e a avaliação é de que não há um efeito imediato. A previsão é a de que os índices de Basileia dos bancos não mudem tanto num primeiro momento. De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira mais recente, divulgado em abril, o Índice de Basileia estava em 16,3% em dezembro de 2015, mesmo patamar visto seis meses antes.
A avaliação geral é a de que, na medida em que as instituições financeiras forem usando as novas regras definidas pela circular publicada nesta sexta, o requerimento de capital tende a baixar e, de acordo com o BC, a taxa de juros também poderá ser menor.
Na prática, o tomador de empréstimos precisa dar algo em garantia. Se entregar estes instrumentos listados pelo BC em garantia, será possível obter uma taxa mais baixa. Isso, de acordo com a autoridade monetária, vale tanto para empresas que tomam empréstimos em bancos quanto para as famílias.
De acordo com o BC, o impacto sobre as taxas de juros tende a ser mais comum nos empréstimos a empresas. Mas há casos em que um indivíduo, com uma aplicação, poderá utilizá-la como garantia para operação de crédito. Com informações do Estadão Conteúdo.