© Reuters
Um bunker para abrigar os policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, que está sendo construído há mais de um mês, vem sofrendo ataques diários de traficantes. Cerca de 30 casas vizinhas tiveram as suas fachadas perfuradas por balas de fuzis e os moradores vivem em uma zona de guerra.
PUB
"De manhã, assim que obra é retomada, os tiros também. O principal ponto de confronto do Alemão agora é o Largo do Samba”, contou um inspetor da 45ª DP, no Alemão.
O local escolhido para a construção, o Largo do Samba, é considerado um ponto estratégico, pois permite o deslocamento de criminosos entre três comunidades: Fazendinha, Nova Brasília e Alemão.
Segundo O Dia, 16 tiroteios aconteceram no local só este mês, fora os ataques que não foram contabilizados pela polícia.
Um policial revelou que, por questões de segurança, o Grupo de Intervenção Tática, equipe treinada para atuar em situações de risco em UPPs, se recusa a ir ao Largo após as 22h. O agente entrou com pedido de licença para tratamento psicológico.
"Jogam a gente para morrer. Eu não aguento mais. Tenho filhos. Fui chamado de covarde por querer sair", desabafou.
A ideia de construir bunkers surgiu em 2015, após uma série de ataques aos policiais das áreas pacificadas, que, inclusive, matou o então comandante da UPP Nova Brasília, Uanderson Silva.
Por conta da crise, o único bunker construído até então foi na Praça do Cruzeiro, na Nova Brasília. A construção contrasta com a proposta inicial das UPPs, que era mostrar proximidade da polícia com os moradores das comunidades.
Leia também: RJ: Justiça tem 34 mil foragidos, mas cadeias comportam apenas 28 mil