Justiça do Rio nega recurso a Eduardo Cunha

Ação se refere a texto do jornalista Arnaldo Jabor que o chamava de "Coisa Ruim"

© Reuters

Política Sem violação 24/04/17 POR Estadao Conteudo

Os desembargadores da 16.ª Câmara Cível do Rio não reconheceram violação à imagem ou honra do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) em texto do jornalista Arnaldo Jabor que o chamava de "Coisa Ruim" e "expert tenaz em acochambramentos e pérfidias brasilienses".

PUB

O texto intitulado "Fala, PMDB" foi publicado pelo jornal O Globo, no dia 18 de março de 2014, quando Cunha ainda era deputado federal. O ex-presidente da Câmara foi condenado a pagar custas processuais e honorários advocatícios, no valor correspondente a 10% do valor atualizado da causa. As informações foram divulgadas no site do Tribunal de Justiça do Rio.

No acórdão, o desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo considerou que não houve violação à imagem ou honra de Cunha, mas sim um relato de como ele é visto por seus colegas políticos.

"Pode-se concluir, notadamente, diante do contexto político, que se trata de uma crônica lírica e humorística, sendo certo que, ao contrário do que afirmado pelo apelante em suas razões recursais, no texto o que é pérfido e dado ao acochambramento é a política brasiliense", escreveu o desembargador em seu voto.

O magistrado lembrou, ainda, que na época em que o texto foi publicado o político detinha mandato de deputado federal "expondo-se, portanto, à crítica da sociedade e à fiscalização de seus atos". Eduardo Cunha também vinha sendo alvo de diversas denúncias de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e corrupção.

Nos autos, o ex-deputado alegava que a matéria "feriu, de forma odiosa, direitos inerentes à sua personalidade". Afirmava, ainda, que por se tratar de deputado da bancada evangélica, a denominação de "coisa ruim" representa o "satanás", solicitando a condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais.

Por outro lado, a ré diz ter atuado em exercício regular do direito, nos limites do direito à liberdade de imprensa, ao divulgar fato de interesse público, notadamente diante do contexto político. Por fim, alega que Eduardo Cunha não era o foco do artigo.

O processo é uma apelação contra a sentença do Juízo da 52.ª Vara Cível do Rio, que julgou improcedente o pedido do ex-parlamentar.

Defesa

O advogado de Eduardo Cunha, Mario Rebello, afirmou que está analisando a decisão da 16ª Câmara Cível do Rio. "Estou examinando a decisão. A princípio, não encontrei nenhuma violação que me desse margem para o recurso", comenta. "A Justiça entendeu que não era o Arnaldo Jabour que estava pensando aquilo. Era uma reportagem lírica dizendo o que o PMDB estaria pensando de Eduardo Cunha naquela época. Eu acredito que a decisão está errada, porque, se o pensamento é ofensivo, a simples divulgação constitui um ato ilícito", complementa. A acusação tem até o início de maio para entrar com recurso.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 12 Horas

Mãe pede e filma filho se despedindo do pai momentos antes de matá-lo

brasil Rio Grande do Sul Há 5 Horas

Inmet emite alertas de grande perigo para RS e regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul

justica Goiânia Há 13 Horas

Mãe admite ter retirado sonda de alimentação e oxigênio do filho pequeno

mundo Olivier Masurel Há 11 Horas

Acidente aéreo: campeão de voo acrobático morre após colisão com abutre

mundo Guerra Há 10 Horas

Ucrânia detém agentes russos que preparavam assassinato de Zelensky

brasil CHUVA-RS Há 12 Horas

Porto Alegre esvazia bairros após falha em sistema de escoamento, e número de desabrigados dobra no RS

mundo Bioparc Há 4 Horas

Dor da perda: chimpanzé carrega o corpo da sua cria ao colo há meses

brasil CHUVA-RS Há 13 Horas

Se não é todo mundo aqui, ia ter corpo boiando, diz voluntário de resgates no RS

fama MET Gala Há 14 Horas

Veja os looks dos famosos no tapete vermelho do Met Gala, em Nova York

esporte França Há 11 Horas

Kylian Mbappé aceita desafio e promete correr contra Usain Bolt