'Há chance de acordo de livre comércio com o Mercosul', diz presidente

Trato da Comissão Europeia pode envolver México, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai

© Reuters

Economia CE 13/09/17 POR Estadao Conteudo

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta quarta-feira que há "uma chance muito boa" de que a União Europeia feche um acordo de livre-comércio com o México e também com o Mercosul, grupo formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A declaração foi dada durante seu discurso do Estado da União Europeia em Estrasburgo, na França.

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Funcionários da UE mantêm diálogos para atualizar um acordo de livre-comércio de 17 anos com o México e também para fechar um acordo com o Mercosul. Em sua fala, Juncker também defendeu a expansão dos vínculos econômicos da UE com a região da Ásia/Pacífico. Ele propôs o início de diálogos por acordos de livre-comércio com a Austrália e a Nova Zelândia e a conclusão de uma série de acordos comerciais até o fim de 2019, quando seu mandato acaba.

"A Europa sempre tem sido um espaço econômico atraente", disse Juncker. "Mas desde o ano passado eu vejo parceiros pelo mundo batendo à nossa porta para assinar acordos comerciais conosco", garantiu. A UE busca também marcar posição em contraponto às políticas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em julho, Bruxelas e Tóquio chegaram a um acordo político em relação a um acordo comercial abrangente.

Juncker disse também desejar um reforço nas defesas comerciais da UE, o que incluiria a avaliação de investimentos estrangeiros - essa política é voltada a proteger ativos e companhias da Europa diante da forte demanda por aquisições liderada pela China. França, Alemanha e Itália têm defendido o reforço nessas defesas, mas outros membros mostram-se contrários.

"Nós não somos partidários ingênuos do livre comércio. A Europa precisa defender seus interesses estratégicos", afirmou Juncker. "A Europa é aberta ao comércio, sim, mas precisa haver reciprocidade."

A autoridade também citou medidas para reforçar a segurança do bloco nos próximos meses. Ele propôs a criação de uma unidade de inteligência europeia que iria compartilhar automaticamente informações. Além disso, a promotoria da UE deve ser capaz de atuar em crimes de terrorismo transfronteiriços. Todas as propostas precisam ser avalizadas pelos governos dos países e pelo Parlamento Europeu.

Juncker buscou responder ao crescente descontentamento dentro do bloco entre os países ex-comunistas, ao dizer que todos os membros são livres, iguais e sujeitos ao Estado de Direito. Ao fazer isso, aparentemente rebateu pedidos de alguns governos de uma Europa com "várias velocidades", na qual alguns países almejam níveis diferentes de integração.

O presidente do braço executivo da UE renovou os pedidos para integrar os blocos mais novos da zona do euro, na área de livre trânsito da UE e em sua união bancária, propondo novos financiamentos e assistência para isso. Vários países, entre eles Hungria e Polônia, já poderiam entrar no euro, mas esse passo ainda não foi dado.

Juncker disse que a UE precisa continuar a crescer no oeste dos Bálcãs, onde avançam as discussões com Sérvia e Montenegro. Mas, em uma mostra de que continuam as tensões com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a entrada da Turquia está fora da agenda no futuro previsível e acusou Ancara de provocar a UE a encerrar o diálogo para a entrada.

O presidente da Comissão Europeia mal mencionou as negociações para a saída do Reino Unido do bloco, ressaltando que a decisão foi tomada pelo país e que o bloco precisa se concentrar em moldar seu futuro comum. Ele disse que a saída do Reino Unido seria "um momento trágico da nossa história" e advertiu: "Nós sempre lamentaremos isso. E eu acho que você vai se lamentar também em breve", disse, referindo-se a Nigel Farage, ex-líder do Partido UK Independence que trabalhou pelo "Brexit".

Juncker ainda pediu a realização de uma cúpula dos 27 países restantes da UE em 30 de março de 2019, o dia seguinte à data prevista para o Brexit, para a tomada de decisões sobre importantes propostas para o futuro do bloco. Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo.Veja também: Tarifa branca começa em janeiro de 2018, diz Aneel

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