José Padilha associa morte de Marielle a sistema mostrado em série

Diretor comentou assassinato da vereadora durante lançamento de 'O Mecanismo'

© Getty Images

Cultura LANÇAMENTO 16/03/18 POR Folhapress

O cineasta José Padilha associou a morte a tiros da vereadora Marielle Franco ao cenário político que retrata em "O Mecanismo", série criada por ele sobre a operação Lava Jato com estreia marcada para o próximo dia 23, na Neflix. 

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"A segurança pública no Rio vive um problema recorrente. Nessa guerra, a polícia mata um número gigantesco de pessoas, mais de mil pessoas por ano", disse José Padilha". 

"Isso tem a ver com o que a gente faz", completou, referindo-se a trama, que é um retrato da corrupção brasileira e de situações em torno da operação deflagrada pela Polícia Federal. 

O depoimento foi dado durante lançamento da série, no Rio de Janeiro, nesta quinta (15), e compartilhada por atores do elenco, que manifestaram pesar pela morte da vereadora e também do motorista Anderson Pedro Gomes. Os dois foram executados na noite de quarta (14), no centro do Rio, e a notícia gerou protestos em diversas cidades do país.

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"Nos EUA, onde a polícia é violenta, são cerca de 200 [mortes causadas pela polícia]. E a gente vê recorrentemente, entra governo, sai governo, PSDB, PT, e o problema da segurança pública continua. Isso é uma tragédia. O que aconteceu foi terrível para o Rio e para o Brasil", disse.

Segundo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2016, foram 1.878 mortes decorrentes de intervenções de policiais militares e civis que estavam em serviço. Esse número cresce para 4.219 se consideradas execuções quando os policiais não estavam em serviço.

Em "O Mecanismo", Padilha procura uma leitura política do país e aponta desdobramentos do sistema de doações de empresas aos partidos, nos períodos de eleições, em outras áreas. Para ele, a corrupção e a promiscuidade entre companhias e partidos durante os períodos de campanha prejudicam a evolução não apenas do sistema de segurança, mas também de educação e de saúde.

O ator Enrique Diaz foi o primeiro a se manifestar durante o lançamento. "Não consigo deixar de pensar nisso, queria citar essa tragédia. É um sinal terrível do que acontece no Brasil. Uma pessoa superimportante, uma voz ativa, que foi executada desse jeito", disse. 

Na série que reconstitui episódios da Lava Jato, Diaz interpreta personagem que corresponde ao doleiro Alberto Youssef, cuja prisão deu início à volumosa investigação e processos de delação premiada. Selton Mello e Carol Abras são protagonistas e trabalham como policiais.

"Isso [a execução] representa o que acontece todos os dias nas comunidades. A gente ficou sabendo disso porque a Marielle é conhecida, então imagina o que acontece com as pessoas que não têm essa voz. É algo diário, principalmente com as mulheres negras", completou o ator Jonathan Haagensen. Com informações da Folhapress.

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