Pesquisadores estudam efeitos do consumo de canábis no útero e placenta

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), "a canábis é a substância ilícita mais cultivada, consumida e traficada em todo o mundo"

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Lifestyle Saúde 02/04/18 POR Lusa

Pesquisadores da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), em Portugal, estão estudando os efeitos do consumo de canabionóides sintéticos e da canábis nas células uterinas e da placenta, que pode ter um impacto negativo na saúde reprodutiva.

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Neste trabalho, a equipe está pesquisando o efeito dos canabinóides produzidos pelo organismo (endocanabinóides), dos fitocanabinóides - provenientes da planta Cannabis sativa - e dos canabinóides sintéticos, atualmente disponíveis em 'smartshops', na remodelação tecidular do útero e da placenta.

"Sabe-se que os endocanabinóides têm um papel crucial na preparação do útero para a gravidez e no desenvolvimento da placenta. Esses processos são altamente controlados, pelo que o consumo de fitocanabinóides e canabinóides sintéticos pode causar a sua desregulação e ter impacto na saúde reprodutiva", disse à agência Lusa a investigadora da FFUP Marta Almada, uma das responsáveis pelo projeto.

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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), "a canábis é a substância ilícita mais cultivada, consumida e traficada em todo o mundo", estado comprovado que o tetrahidrocanabinol (THC) - responsável pelos efeitos psicoativos da canábis - "pode atravessar a barreira placentária e afetar o desenvolvimento fetal", contou.

Além disso, continuou, o consumo da canábis está associado a diversas complicações relacionadas com a gravidez, como a infertilidade, o aborto espontâneo, as restrições do crescimento intrauterino, a prematuridade e as alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental durante a infância.

Os canabinóides sintéticos, por sua vez, são compostos produzidos pela indústria farmacêutica que imitam os efeitos dos fitocanabinóides, constituindo, de acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), "o maior grupo das novas substâncias psicoativas", acrescentou Marta Almada.

A pesquisadora referiu ainda que as conclusões do Relatório Europeu sobre Drogas de 2017 indicam que, em Portugal, no último ano, cerca de 5% a 10% dos jovens adultos (entre os 15 e os 34 anos) consumiram este tipo de substância.

Devido a esses fatores, a equipe da FFUP considera importante estudar o impacto dos canabinóides na remodelação uterina e no desenvolvimento da placenta, bem como a interação destes compostos com o sistema canabinóide endógeno, de forma a aferir os mecanismos subjacentes aos efeitos nefastos destes compostos na reprodução.

O estudo destes compostos está acontecendo no laboratório de Bioquímica da FFUP, com a participação dos investigadores Marta Almada, Bruno Fonseca e João Maia, os professores Natércia Teixeira e Georgina Correia-da-Silva e as estudantes Patrícia Alves e Márcia Santos.

Este trabalho está inserido num projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional). Com informações da Lusa. 

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