'Vou tocar até não poder mais', diz Toquinho, prestes a ser homenageado

Músico será condecorado pela embaixada italiana nesta quinta-feira (12)

© Reuters

Cultura música 11/04/18 POR Beatriz Lia - ANSA

O cantor e compositor Toquinho será condecorado na Embaixada da Itália no Brasil nesta quinta-feira (12). Prestes a receber a honraria, o músico falou sobre o momento político do país e planos de carreira em entrevista à agência Ansa.

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ANSA: Qual a diferença entre o público italiano e o brasileiro?

Toquinho: Diferença em termos de conhecimento de certas questões. Em cada ponto do Brasil posso cantar uma canção diferente: músicas infantis, de novela, mais antigas - que eles conhecem tudo.

Na Itália e em Portugal, eu faço um caminho mais "generoso", quase didático. Passo por um filtro meu, mais relacionado ao meu passado, ao meu lado instrumental fora do Brasil e, claro, canto minhas canções também.

Canto em italiano na Itália; em Portugal, canto em português; na Espanha canto boa parte em espanhol... E procuro fazer um som acessível para as pessoas que saem de suas casas e fazem um certo sacrifício para entrar num teatro. Busco fazer algo que gostem e que esperem. Essa é minha postura no palco.

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ANSA: Você viveu durante a ditadura, momento histórico do país em que a música, apesar de censurada tinha um grande significado. O que você, como artista, pensa da política atual do Brasil?

Toquinho: É um momento político muito conturbado sim, mas eu vejo isso com um certo otimismo. Realmente está bem difícil, existe uma briga de lados e inquietação muito grande... Ainda assim, vejo uma tendência, uma luz no fim do túnel, de a impunidade diminuir.

E essa eleição não tem muita diretriz, o que eu acho ótimo porque esse vício politico é um horror. Essa política dá nojo. Eu tenho vergonha de ser brasileiro e dessa nossa classe política, com o maior caso de corrupção da historia do planeta.

ANSA: Na sua opinião, qual foi o papel da música durante a ditadura?

Toquinho: A ditadura ajudou a arte brasileira. Os artistas foram obrigados a ser mais criativos e fazer uma coisa mais interessante para poder dizer o que realmente pensavam.

Eu não acho que a música muda a historia de um país, ela reflete, como a arte. A história é mudada por leis, por cidadãos, por pessoas e por posturas.

ANSA: Após 50 anos de carreira, o que você espera para o futuro?

Toquinho: Eu estou começando agora, tem muita coisa ainda projetada. Tem uma frase do Paulinho da Viola que diz: "Eu não vivo no passado, o passado vive em mim". Ela me representa. O passado só me da "régua" e "compasso" para administrar o futuro.

Eu vou tocar até não poder mais. Eu odeio aposentadoria... Se eu puder jogar futebol, vou jogar até os 90 anos. E eu não penso em atitudes mais passivas por causa da idade, muito pelo contrário, vou continuar com muitos projetos. (ANSA)

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