Hering terá de explicar uso de reconhecimento facial ao Idec

A entidade quer avaliar se há violações a direitos do consumidor e à privacidade das pessoas que frequentam a unidade

© DR

Tech Consumidor 04/03/19 POR Notícias Ao Minuto

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) notificou a empresa de roupas Hering solicitando esclarecimentos sobre coleta e tratamento de dados de clientes em uma “loja conceito” da marca. A entidade quer avaliar se há violações a direitos do consumidor e à privacidade das pessoas que frequentam a unidade.

PUB

A empresa inaugurou no Shopping Morumbi, em São Paulo, uma loja chamada Hering Experience, que conta com diversos recursos tecnológicos de personalização para o usuário. Sistemas monitoram a reação de clientes às roupas, utilizando tecnologia de reconhecimento facial. A marca anunciou que a “experiência” no local seria utilizada para publicidade personalizada.

Veja também: Cápsula da SpaceX chega à Estação Espacial Internacional

O Idec, no entanto, quer entender como esses recursos funcionarão e como se dará a coleta, o armazenamento e o tratamento dos dados. O instituto suspeita que a iniciativa possa incorrer em uma série de violações dos direitos de quem frequenta a loja.

O primeiro ponto é a ciência dos clientes acerca do que está sendo coletado e de que maneira tais registros são aplicados. “Queremos saber como empresa pede consentimento, se ela tem procedimento neste sentido, se avisa o cliente”, explicou à Agência Brasil a pesquisadora de direitos digitais do Idec Bárbara Simão. A falta de informação adequada, acrescenta, seria compreendida como um desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor (CPC).

Segundo a pesquisadora, o monitoramento dos clientes para aferir a reação a roupas sem que estes saibam ou tenham autorizado pode configurar prática abusiva. “Se isso não tiver consentimento do consumidor é um tipo de pesquisa de mercado compulsória, ele entra lá e participa sem saber o que está acontecendo”, avalia.

Outro problema seria a violação à privacidade dos clientes. Um exemplo é a inclusão de mecanismos de reconhecimento facial na loja. Tal recurso coleta dados biométricos dos clientes, considerados “sensíveis” pelo Instituto e pela recém-aprovada, mas ainda não vigente, Lei Geral de Proteção de Dados. De acordo com Bárbara Simão, mesmo sem a vigência da Lei, a privacidade é direito garantido na Constituição e determinadas práticas podem ser enquadradas como violações

O Instituto se preocupa também com as formas de armazenamento das informações, o tratamento dos dados, se eles são compartilhados com alguma outra empresa ou ente ou se são cruzados com outras bases de dados de propriedade da Hering.

Questionada pela Agência Brasil, a Hering informou por meio de sua assessoria que recebeu a notificação, está “entendendo os questionamentos” e vai se pronunciar dentro do prazo estipulado pelo Idec. Com informações da Agência Brasil.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 14 Horas

Mãe pede e filma filho se despedindo do pai momentos antes de matá-lo

brasil Rio Grande do Sul Há 7 Horas

Inmet emite alertas de grande perigo para RS e regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul

justica Goiânia Há 15 Horas

Mãe admite ter retirado sonda de alimentação e oxigênio do filho pequeno

mundo Olivier Masurel Há 13 Horas

Acidente aéreo: campeão de voo acrobático morre após colisão com abutre

mundo Guerra Há 12 Horas

Ucrânia detém agentes russos que preparavam assassinato de Zelensky

mundo Bioparc Há 6 Horas

Dor da perda: chimpanzé carrega o corpo da sua cria ao colo há meses

brasil CHUVA-RS Há 14 Horas

Porto Alegre esvazia bairros após falha em sistema de escoamento, e número de desabrigados dobra no RS

brasil CHUVA-RS Há 14 Horas

Se não é todo mundo aqui, ia ter corpo boiando, diz voluntário de resgates no RS

fama MET Gala Há 15 Horas

Veja os looks dos famosos no tapete vermelho do Met Gala, em Nova York

esporte França Há 12 Horas

Kylian Mbappé aceita desafio e promete correr contra Usain Bolt