Meteorologia

  • 19 MAIO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Costa diz que não havia divisão e que PT recebia tudo

Em depoimento divulgado em exclusivo pelo Globo, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que o PT recebia, normalmente, a totalidade do dinheiro desviado e pouco ou nada seguia para o PP.

Costa diz que não havia divisão e que PT recebia tudo
Notícias ao Minuto Brasil

06:49 - 10/10/14 por Notícias ao Minuto com Globo

Política Depoimento

De acordo com Paulo Roberto Costa, cada contrato celebrado pela Petrobras significava uma propina de valor equivalente a 3% do contrato feito. Desses, “2% era para atender o PT” e 1% ficava para o PP mas, na maioria dos casos, o partido de Lula e Dilma recebiam a totalidade do “bolo”. No entanto, diz Costa, mesmo quando a propina deveria seguir para o PP, o dinheiro voltava sempre para os petistas.

“Em relação à Diretoria de Serviços, todos sabiam, tinha percentual desses contratos da área de Abastecimento: dos 3%, 2% era para atender o PT. Outras diretorias como Gás e Energia, Exploração e Produção, também eram do PT. Tinha PT na diretoria de Exploração e Produção, PT na diretoria de Gás e Energia e PT na área de Serviço. Nesse caso, os 3% ficavam diretamente para o PT e não tinha participação do PP. O PP era só na área de Abastecimento”, explicou o ex-diretor em depoimento.

Costa explicou ainda como se processavam os encontros entre os envolvidos no esquema e como era feita a divisão. “Nós (diretores e políticos) tínhamos reuniões com certa periodicidade. E nessas reuniões, se comentava: recebi isto, recebi aquilo, etc. Na minha agenda apreendida em minha residência, tem um tabela que foi detalhada no MPF, que revela os políticos que receberam recursos relativos a campanha de 2010. Eu copiei os dados no escritório do (doleiro Alberto) Youssef”, acrescentou Costa.

Sobre quem liderava o esquema dentro dos partidos, o ex-diretor foi mais direto. “Dentro do PT, a ligação era com o tesoureiro do partido, João Vaccari. A ligação era diretamente com ele. No PMDB, na diretoria internacional, o nome que fazia a articulação toda chama-se Fernando Soares, conhecido Fernando Baiano”.

Questionado sobre como era feita a distribuição do dinheiro desviado, o ex-diretor da Petrobras explicou: “O que era para o PP até início de 2008, quem recebia o dinheiro era o deputado José Janene. Em 2008, ele ficou doente e faleceu em 2010. Ele já não era mais deputado (renunciou ao mandato com o mensalão em 2006). Depois que ele morreu, o esquema do PP passou a ser executado por Alberto Youssef”.

Ele continuou: ”Meu contato sempre foi com presidente e diretores da empresa. Assinava o contrato, passava algum tempo, e primeira menção do serviço, 30 dias pago o serviço, havia um Gap de 60 dias. Após esse período é que se executava os pagamentos. Depois de 2008 já não era mais deputado. Esses valores eram repassados para ele e, mais a frente, para Youssef”, acrescentou Paulo Roberto Costa.

Campo obrigatório