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Lula diz não querer 'repartir' indicação ao STF às vésperas da escolha: 'Coisa tão minha'

Lula teria comunicado a ministros da Corte que vai formalizar a indicação do advogado Cristiano Zanin nos próximos dias, ainda nesta semana. Zanin atuou na defesa do presidente na Lava Jato

Lula diz não querer 'repartir' indicação ao STF às vésperas da escolha: 'Coisa tão minha'
Notícias ao Minuto Brasil

05:15 - 30/05/23 por Estadao Conteudo

Política Governo Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 29, que o nome que indicará ao Supremo Tribunal Federal (STF) é uma "coisa tão" dele que não quer "repartir" com ninguém. Como mostrou a Coluna do Estadão, Lula teria comunicado a ministros da Corte que vai formalizar a indicação do advogado Cristiano Zanin nos próximos dias, ainda nesta semana. Zanin atuou na defesa do presidente na Lava Jato.

"Isso é uma coisa tão minha que não quero repartir com ninguém", disse Lula, ao ser questionado por jornalistas sobre sua indicação ao Supremo. A declaração foi feita pelo presidente no Palácio do Itamaraty ao chegar para um almoço em homenagem ao dirigente da Venezuela, Nicolás Maduro.

O nome de Zanin deve ser enviado nesta semana ao Senado para ocupar a cadeira deixada em 11 de abril por Ricardo Lewandowski. Cabe à Casa sabatinar o indicado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Depois, aprovado ou não, o postulante ao cargo é posto à chancela do plenário. Para a aprovação final, é necessária a maioria simples de votos - ou seja, 41 dos 81 senadores.

Como mostrou o Estadão, Lula ignorou pressões e já estava decidido a indicar Zanin para o Supremo. O presidente manifestou a convicção em conversas com vários interlocutores e não escondeu a contrariedade com os fortes ataques a Zanin por parte de petistas.

A atuação de Zanin foi crucial para que Lula deixasse a prisão e fosse inocentado. O presidente foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP) no âmbito da Lava Jato. Após mais de 500 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o petista deixou a prisão em novembro de 2019, quando o STF voltou atrás no precedente que permitia a prisão de condenados em segunda instância, sem trânsito em julgado (fim dos recursos).

Um ano e meio depois, entre março e abril de 2021, os processos de Lula tiveram duas reviravoltas importantes: Sérgio Moro (hoje senador pelo União Brasil-PR) foi declarado parcial e a 13.ª Vara Federal Criminal da capital paranaense foi considerada incompetente para analisar dos casos de desvios na Petrobras. O destino dado pelo Supremo a esses dois casos, cuja defesa foi patrocinada por Zanin, permitiram a volta de Lula para as urnas.

A campanha pela cadeira de ministro do Supremo virou um vale-tudo e apareceram até mesmo problemas pessoais, brigas e disputas envolvendo Zanin, como seu rompimento com o sogro, o também advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula há 40 anos. Houve, ainda, quem apontasse "impedimento ético" e "conflito de interesses".

Ministros do STF, no entanto, já externaram não ter contrariedade à indicação, como Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. "Não vejo nenhum obstáculo para a indicação de Zanin, que eu reputo como um ótimo advogado e muitas vezes foi incompreendido", disse Gilmar.

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