O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse nesta quinta-feira, 6, que a indústria automotiva tem um papel de extrema relevância na economia brasileira e que é um "setor que puxa a economia". "E neste momento estamos puxando a economia para baixo", reconheceu.

Moan admitiu que o período atual é "bastante difícil", mas ressaltou que qualquer economia passa por ciclos. "O ano de 2015 está bastante difícil, mas nós sabemos que o horizonte para o País é muito bom", afirmou. "É só um momento e vai passar", completou, destacando que, se não houvesse essa expectativa, as empresas do segmento não teriam anunciado novos investimentos da ordem de R$ 8 bilhões recentemente. "Temos uma visão muito além deste momento que estamos vivendo", diz.

O executivo reconheceu que as dificuldades encontradas pelo governo da presidente Dilma Rousseff nas relações políticas têm impacto ainda mais a situação econômica do Brasil. "A crise, que começou econômica, cresceu com a crise política", disse. Segundo ele, o ajuste fiscal pretendido pelo governo, que é fundamental para o País retomar o crescimento, não foi concluído no prazo pretendido justamente por causa da crise política. "A dificuldade na aprovação de ajuste fiscal aconteceu em função das dificuldades políticas", disse.

Segundo ele, o atraso no ajuste fiscal "cria um delay" na retomada da economia, mas não a inviabiliza. "Sabemos que ela virá", disse.

Apesar de reconhecer as deficiências do poder Executivo com o Legislativo, após principalmente o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), com o governo, Moan disse que "é responsabilidade de todos os poderes" trabalhar para que a economia possa se recuperar o mais rápido possível. "Estamos chamando a atenção para o fato de que é responsabilidade de todos, para o bem do Brasil", afirmou. Com informações do Estadão Conteúdo.