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Augusto Aras diz ser contra suspender decretos de Lula sobre saneamento

Augusto Aras diz ser contra suspender decretos de Lula sobre saneamento

Augusto Aras diz ser contra suspender decretos de Lula sobre saneamento
Notícias ao Minuto Brasil

07:55 - 29/04/23 por Folhapress

Economia PGR

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, opinou nesta sexta-feira (28) contra a suspensão dos decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que alteraram a regulamentação do marco do saneamento básico. O pedido é objeto de uma ação do partido Novo.

Em manifestação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), Aras defendeu ainda que a via escolhida pelo Novo, uma ADPF (ação de descumprimento de preceito fundamental), não pode ser admitida quando o ato normativo impugnado -os decretos presidenciais, no caso- tenha natureza regulamentar e não se refira diretamente ao texto da Constituição.

De acordo com o chefe do Ministério Público Federal, a maioria dos temas tratados nos textos do Executivo consiste "em detalhamentos técnicos dos serviços de saneamento básico sobre os quais a Constituição Federal passa longe de dispor".

Caso os decretos afrontassem a Constituição, frisou o PGR, o instrumento processual adequado para a demanda seria uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade).

Aras avaliou que, por se tratar de medidas eminentemente técnicas, seria prudente ao STF ouvir o Palácio do Planalto e os órgãos responsáveis pelo tema sobre as razões para a edição dos atos.

Ele lembrou que no dia 23 de maio haverá audiência preliminar de conciliação no tribunal no âmbito da ação do Novo e "não se vislumbra risco de dano irreparável ou de difícil reparação que a vigência dos decretos questionados possa acarretar".

Relator do processo, o ministro Luiz Fux convocou para a audiência, além do procurador-geral e do presidente do Novo, o advogado-geral da União, Jorge Messias, representantes da ANA (Agência Nacional de Águas), da Associação Brasileira de Direito de Infraestrutura e da Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Saneamento.

Na ADPF, os adversários do Palácio do Planalto argumentam que um dos decretos editados por Lula afasta a necessidade de comprovação da capacidade econômico-financeira das empresas públicas para o atendimento das metas legais e, com isso, afeta a universalização dos serviços, na medida em que apenas 3,7% deles são prestados por empresas privadas.

Em relação ao outro, alega que a prestadora poderá extrapolar o limite de 25% em um contrato de subdelegação, compensando esse excesso em outros contratos.

Enquanto tramita a ação do STF, governo federal e Câmara dos Deputados vão buscar um consenso para evitar a derrubada dos decretos que alteraram a regulamentação do marco do saneamento, publicados pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades.

As mudanças desagradaram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que chegou a pautar no início da semana dois PDLs (Projeto de Decreto Legislativo) suspendendo os efeitos das medidas do Executivo.

Depois de conversar com o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Lira retirou os PDLs da pauta, com a condição de que os dois autores dos projetos, os deputados Fernando Marangoni (União-SP) e Fernando Monteiro (PP-PE) debatessem o assunto com os ministros Jader Filho (Cidades) e Rui Costa (Casa Civil).

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