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Enel fica com Eletropaulo e vira líder em distribuição

Companhia italiana pagou R$ 45,22 por ação, valor 14,4% superior aos R$ 39,53 oferecidos pela Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola

Enel fica com Eletropaulo e vira líder em distribuição
Notícias ao Minuto Brasil

08:11 - 05/06/18 por Folhapress

Economia Negócio

A companhia de energia italiana Enel fechou nesta segunda-feira (4) a compra de cerca de 73% das ações da Eletropaulo, distribuidora de eletricidade que atende a região metropolitana de São Paulo.

O negócio, de R$ 5,5 bilhões, eleva a Enel ao posto de maior empresa no mercado brasileiro de distribuição de energia elétrica.

A operação põe fim a um leilão pela Eletropaulo que já dura mais de dois meses e foi considerada cara pelo mercado.

A italiana pagou R$ 45,22 por ação, valor 14,4% superior aos R$ 39,53 oferecidos pela Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola.

A troca de controle é vista por analistas como positiva para a Eletropaulo, mas pode representar risco de aumento de tarifas para os consumidores dos 24 municípios em que a distribuidora atua.

Com operações no segmento de distribuição no Rio, Ceará e Goiás, a Enel agrega sete milhões de clientes à sua base após a aquisição do controle da Eletropaulo, chegando a 17 milhões de clientes e superando a CPFL, controlada pela chinesa State Grid, que opera em quatro estados e tem cerca de 10 milhões de clientes.

A companhia não se pronunciou após a conclusão da operação nesta segunda e deve convocar uma entrevista para esta terça-feira (5).

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Em comunicado distribuído na sexta (1º), o presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, disse estar convencido de que foi um "preço justo".

"A Eletropaulo nos posiciona como um grande distribuidor no Brasil, em uma área de concessão relevante para a economia do país", afirmou o executivo na ocasião.

Em abril, após atravessar acordo fechado entre Eletropaulo e Neoenergia, ele disse à Folha de S.Paulo que os negociadores da empresa estavam "muito determinados" em vencer a disputa pela distribuidora.A briga pela Eletropaulo, que era controlada pela americana AES e pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), começou em março, com proposta da própria Enel.

Logo depois, Energisa e Neoenergia entraram no páreo, dando início a uma sequência de propostas que levou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a marcar um leilão público.

A proposta vencedora é 133,3% superior aos R$ 19,38 oferecidos pela Energisa no segundo lance dessa disputa -o primeiro, da própria Enel, não teve o valor divulgado.

A italiana informou que estaria disposta a assumir 100% das ações, pagando até R$ 7,5 bilhões.

A empresa assumiu ainda o compromisso de aportar R$ 1,5 bilhão na Eletropaulo, recursos que serão usados em investimentos para melhorar indicadores de qualidade de serviços.

"É um sinal de que a empresa está olhando para o longo prazo", disse o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Ele afirmou que, em termos de qualidade no fornecimento, a troca de controle é positiva para o consumidor, já que a AES tinha um perfil de investidor financeiro, com foco nos dividendos. Por outro lado, quanto maior o investimento, maior a tarifa.

"A tarifa da Eletropaulo é uma das mais baixas do país e isso deve mudar, já que os investimentos são repassados ao consumidor", disse o professor.

Segundo ranking da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a tarifa da Eletropaulo ocupa a 82ª posição entre as 92 distribuidoras do país.

Em outros estados em que atua, a Enel vem tocando um processo de automação das redes, com o objetivo de melhorar o controle e reduzir perdas. Em março, anunciou investimentos de R$ 2 bilhões na Celg-D, em Goiás, distribuidora adquirida em leilão realizado em 2017.

Para a agência de classificação de risco Fitch, a mudança de controle é positiva para a Eletropaulo, pois a empresa passa a fazer parte de um grupo econômico com perfil de crédito mais forte.

A aquisição será feita com recursos da Enel, sem dependência de financiamentos. Com informações da Folhapress.

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