"Estamos vivendo momentos naturais de oscilação no período eleitoral", disse Coutinho, acrescentando que as consultas a financiamentos no banco tiveram uma recuperação moderada no terceiro trimestre, em relação aos primeiros seis meses do ano. "Acredito que a classe empresarial brasileira mantêm os planos de investimento olhando para o médio e longo prazo. Nossa última pesquisa mostra isso. No curto prazo, houve uma oscilação para baixo das consultas, mas no médio e no longo prazo, os planos estão mantidos. Isso é uma demonstração de que há uma confiança de que, passado o período eleitoral, o país vai encontrar um rumo de sustentação de seu crescimento".

O presidente do BNDES disse ainda que momentos de maior volatilidade também podem ser provocados por "operadores profissionais", que ganham mais com a oscilação. "Tem um pedaço da volatilidade do mercado que é exacerbada pelos operadores. Mas isso é uma opinião meramente pessoal".

Coutinho participou hoje (29) da Conferência da Federação Internacional de Consultores de Engenharia, que ocorre pela primeira fez no Brasil. O evento começou hoje e vai até 1º de outubro, na zona sul do Rio de Janeiro, e reúne empresas de consultoria em engenharia de 80 países. O presidente do BNDES defendeu a qualidade da engenharia como passo fundamental para melhorar o investimento em infraestrutura.

"Uma boa engenharia é essencial para ter projetos mais previsíveis e com menor risco. Fica mais fácil modelar concessões e PPPs [parcerias público-privadas]", disse. Segundo Coutinho, o crescimento da oferta de crédito para a infraestrutura é uma das prioridades do BNDES.