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Rio prevê enormes perdas econômicas por não realização do carnaval

As perdas são estimadas em cerca de 2,7 mil milhões de reais.

Rio prevê enormes perdas econômicas por não realização do carnaval
Notícias ao Minuto Brasil

18:00 - 11/02/21 por Notícias ao Minutos Brasil

Economia Covid-RJ

O Rio de Janeiro está vazio e sem turistas, com os hotéis funcionando com restrições nas vésperas do Carnaval, uma vez que a pandemia levou ao cancelamento da festa mais icônica do Brasil e deixou sem sustento milhares de pessoas.

Pela primeira vez na sua história, o Rio de Janeiro não terá o seu Carnaval - que começaria nesta sexta-feira - e as consequências econômicas deste cancelamento, para evitar a proliferação da covid-19, resultará em perdas estimadas em cerca de 2,7 mil milhões de reais.

A não realização da festa afeta desde os vendedores de bebidas, que trabalham informalmente vendendo nas ruas a milhares de foliões, aos grupos hoteleiros, que viram a ocupação das unidades reduzida em mais de 50%.

Os profissionais que todos os anos trabalham no Carnaval também sentiram o flagelo. Artesãos, designers, carpinteiros, soldadores, costureiras e mecânicos foram todos despedidos.

A estes juntam-se inúmeros músicos e dançarinos, além de mercadores que importavam enfeites, roupas e outros artigos para o Carnaval. Toda a cadeia de produtos, comércio e serviços sofreu um duro golpe.

Os mais atingidos foram os pequenos negócios e os trabalhadores temporários, a maioria pessoas pobres cujo sustento depende do Carnaval.

Só no setor de turismo, mais de 25 mil pessoas que antes atendiam à procura do principal festival carioca deixaram de ser contratadas temporariamente em hotéis, bares e restaurantes, conforme explicou Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), citado pela agência Efe.

"As vendas têm sido péssimas! Sem o Carnaval vendemos apenas 10%", disse Maria Vicente da Silva, 52 anos, que trabalha numa loja no Saara, o shopping popular da região central da cidade. "Isso é muito triste. Vemos muitas empresas fechando as portas porque não têm condições de ficar abertas", acrescentou.

As escolas de samba, alma, coração e vida do Carnaval, tiveram de reduzir drasticamente o seu quadro de funcionários para se manterem.

Com 22 títulos conquistados e 98 anos de fundação, a Portela, a maior campeã dos desfiles do Rio de Janeiro e uma das mais tradicionais escolas de samba da cidade não foge à regra.

Na escola, cerca de 400 pessoas foram prejudicadas com o cancelamento do Carnaval. A maioria deles são funcionários temporários que trabalham na Cidade do Samba, onde são feitas fantasias e montados os carros alegóricos usados nos desfiles.

"Tem muita gente. É um exército que trabalha para cada escola de samba e essas pessoas precisam de um projeto carnavalesco para poder sustentar com dignidade suas famílias", afirmou o vice-presidente da Portela, Fábio Pavão.

A situação é semelhante na Beija Flor, outra das 12 escolas do Grupo Especial. "Baixamos os salários e tentamos manter todos os colaboradores até agora, porque os gastos são muito altos se não houver renda", disse Selminha Sorriso, a famosa porta-bandeira da Beija Flor.

O Rio de Janeiro responde por mais de 30% da receita de todo o Brasil para o turismo recreativo e o Carnaval é o evento que mais dá dividendos à cidade.

No ano passado, 2,1 milhões de turistas - dos quais cerca de 500 mil estrangeiros - visitaram o Rio de Janeiro durante o Carnaval e deixaram cerca de 3,8 mil milhões de reais em receitas geradas na cidade.

A realização do Carnaval chegou a ser condicionada à vacinação e a festa foi adiada para julho, mas em janeiro a Prefeitura decidiu cancelar o evento definitivamente devido a dificuldades logísticas para a sua organização.

A decisão trará um forte revés econômico para o Rio de Janeiro, mas evitará que multidões propaguem o novo coronavírus numa cidade de sete milhões de habitantes, onde mais de 193 mil pessoas foram infectadas e cerca de 18 mil perderam a vida devido à pandemia.

O Brasil éum dos mais atingidos no mundo ao contabilizar 234.850 vítimas mortais e mais de 9,6 milhões de casos confirmados de covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.355.410 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,3 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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