Os cigarros eletrônicos se tornaram uma febre por aqueles que tentam deixar o vício da nicotina, mas estão habituados a ter o cigarro na boca. Disponíveis no mercado americano desde 2008 e no resto do mundo nos anos seguintes, o cigarro eletrônico possui atualmente uma vasta gama de sabores e intensidades, que permitem ao fumante manter o hábito de fumar, mas ir desacostumando o corpo ao borbardeio de nicotina diário.

Mas nem tudo são flores. Estudos recentes revelam que os cigarros eletrônicos causam impactos positivos mas também negativos na saúde. Tanto que o FDA, órgão regulatório de alimentos e medicamentos americano, anunciou recentemente que irá regular os cigarros eletrônicos de uma forma semelhante ao sistema aplicado aos cigarros normais, tais como a proibição da venda a menores de 18 anos.

"Não há dúvida de que a tragada de um cigarro eletrônico é menos perigoso do que a tragada em um cigarro convencional", diz Stanton Glantz, professor de medicina e diretor do Centro para Controle do Tabaco Pesquisa e Educação na Universidade da Califórnia, em entrevista ao LiveScience. Contudo, nem sempre a troca do cigarro normal pela versão eletrônica é um avanço para a saúde. Uma das grandes críticas à nova versão é a de que eles mantêm os fumantes viciados à versão antiga por mais tempo, ao invés de encorajá-los a largar completamente o vício, diz o especialista. Ele aponta que entre 70% e 90% dos usuários de cigarros eletrônicos na verdade fumam os dois.

Além disso, o cigarro eletrônico ainda afeta o organismo, pois ainda tem nicotina em sua composição, um estimulante cardiovascular que pode potencialmente piorar as doenças cardíacas em pessoas que já têm problemas cardíacos graves. No entanto, ainda não se sabe se a nicotina por si só pode causar doença cardíaca em pessoas que não têm problemas cardíacos, disse o Dr. Michael Siegel, um pesquisador de tabaco e professor de ciências da saúde da comunidade na Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston. Mas evidências apontam que os cigarros eletrônicos afetam substancialmente os vasos sanguíneos e podem aumentar o risco de o usuário sofrer de um ataque cardíaco, afirma Glantz.