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As vidas de alguns dos mortos e desaparecidos na tragédia de Brumadinho

Oitavo dia de buscas em Brumadinho

As vidas de alguns dos mortos e desaparecidos na tragédia de Brumadinho
Notícias ao Minuto Brasil

08:21 - 01/02/19 por Folhapress

Brasil Tragédia

O rompimento da barragem Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na passada sexta-feira (25), deixou centenas de mortos e desaparecidos. Nesta sexta (1º), continuam as buscas pelos corpos. O desastre é apontado por especialistas como a maior tragédia humana da história recente do país. Veja abaixo quem eram algumas das vítimas.

REINALDO, 30, ERA UM DOS FILHOS DA COMUNIDADE

Auxiliar de serviços gerais da pousada Nova Estância, Reinaldo Fernandes Guimarães, 30, foi a primeira vítima do desastre a ser enterrada, na quarta-feira (30).

Tinha uma filha de dois anos e criava uma enteada de sete com a mulher, Natália. Morava na comunidade do Córrego do Feijão, com cerca de 400 habitantes. "Não sinto só a perda do meu irmão, porque todos que foram tinham uma espécie de intimidade familiar com todo mundo aqui", diz seu irmão, Jhonatan Júnior.

+ Tudo sobre a tragédia em Brumadinho

Muito emocionada nesta quinta (31), Natalia disse que não conseguiria dar entrevista. "Eu só peço que o senhor ponha aí que ele foi um homem muito bom, muito bom. E que ele foi assassinado", afirmou.

MARCO AURÉLIO, 35, DESENHA CAMINHÕES E ESCAVADEIRAS

Marco Aurélio Santos Barcelos, 35, é mecânico da Vale há nove anos e ama seu trabalho. Quando a barragem da Vale se rompeu, a lama jogou para longe pneus de caminhão que estavam na sua oficina. Desde então, está desaparecido.

Sua distração é fazer desenhos de caminhões, escavadeiras e outras máquinas. "E ficava perfeito, eu falava pra ele que tinha que ser desenhista", relata Ana Paula.

Outro hábito, o de desmontar as coisas, seria levado a outro nível com a faculdade de engenharia de produção, que começa no próximo mês com sua mulher, Ana Paula dos Santos Assis, 32. Eles se conheceram quando ela trabalhou no refeitório da Vale -que, assim como a oficina, a lama varreu do mapa. 

FERNANDA, 34, HÁ TEMPOS TEM MEDO DA BARRAGEM DA VALE

Funcionária da Vale há seis anos, Fernanda Christiane da Silva, 34, já dizia ter medo do rompimento da barragem bem antes da tragédia.

Segundo seu pai, o motorista de caminhão Nelson Silva, 60, no ano passado ela teve uma conversa franca com os pais: "Ela um dia chegou aqui para almoçar, disse 'olha pai, eu tenho que ir lá. Mas não sei se saio viva'. Minha esposa falou: 'Fernanda, sai de lá!'. Ela disse: 'Mãe, tô acabando de me formar e é difícil arrumar outro serviço'."

Segundo seu pai, Fernanda está concluindo o curso de psicologia e pretende continuar na Vale com um cargo melhor. Até esta quinta (31), ela permanecia na lista de desaparecidos, mas a família disse que estava perdendo as esperanças.

CRISTINA DA CRUZ, 40, É PSICÓLOGA INFORMAL DO BAIRRO DO FEIJÃO

Cristina da Cruz, 40, é uma espécie de psicóloga informal da comunidade do Córrego do Feijão, devastada após a tragédia.

Ela trabalhava para os donos da pousada Nova Estância, que foi engolida pela lama, e é procurada para qualquer tipo de apoio e conselho, principalmente em casos de briga de casal. "Eu falava 'mãe, você é o SOS do pessoal do Feijão", diz o filho Carlos Eduardo, 19.

Pouco mais de meia hora antes da notícia da tragédia, ela enviou ao filho uma resposta a uma publicação dele em uma rede social.

"O inimigo quer ver minha derrota, mas Deus vai fazer ele sentar e assistir minha vitória", escreveu Carlos Eduardo. "Amém, força e determinação", respondeu a mãe. Com informações da Folhapress.

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