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Revisão de subsídios sofre forte resistência de beneficiados

Desde que números foram divulgados, diversas instituições já se manifestaram contra redução

Revisão de subsídios sofre forte resistência de beneficiados
Notícias ao Minuto Brasil

10:25 - 28/01/17 por Estadao Conteudo

Economia Setor elétrico

O desafio do governo de rever os subsídios do setor elétrico não será fácil. Os grupos que recebem os descontos são amplamente articulados e contam com a movimentação de deputados e senadores para mantê-los.

Para este ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs reduzir a quase metade o valor do subsídio pago para o carvão, de R$ 1 bilhão por ano para R$ 556 milhões. O subsídio para o carvão, na verdade, é dado às minas. Por lei, o governo assegurou uma compra mínima de carvão para manter a atividade econômica nas regiões produtoras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após fiscalização, a Aneel percebeu que havia um grande estoque de carvão não utilizado pelas quatro usinas beneficiadas pelo subsídio: Jorge Lacerda, Presidente Médici (fases A e B), Candiota 3 e Figueira. Assim, o órgão regulador decidiu cortar o valor repassado para compra do combustível.

Desde que os números foram divulgados, já se manifestaram contra essa redução a Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM); a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), do grupo Eletrobrás; o Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc); o Sindicato Nacional da Indústria da Extração de Carvão (SNIEC); e até a Ferrovia Tereza Cristina, que transporta carvão e teme a perda de recursos com a redução das viagens.

O subsídio para as usinas movidas a óleo e a diesel que atendem às regiões isoladas do Norte do País também deve ser reduzido, dos atuais R$ 6,3 bilhões anuais para R$ 4,3 bilhões. A fiscalização da Aneel não repassa às empresas recursos para a compra de combustível a preços muito altos e volumes excessivos. Já se manifestaram contra essa redução a Eletrobrás, que tem contratos com termoelétricas, e a Petrobras, fornecedora do combustível usado por essas usinas.

O presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid), Helvecio Mattana Saturnino, defendeu o subsídio do setor e disse que os irrigantes pagam a estrutura para que a energia chegue até suas propriedades. Segundo ele, sem o desconto, o preço dos alimentos subiria para todos os brasileiros. "Não se pode jogar mais esse custo nas contas do produtor."

A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, disse ser contra os subsídios para o setor. "Se for para acabar com o desconto, eu dou apoio, desde que tirem o benefício de todas as fontes alternativas, e não só das eólicas."

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Nelson Leite, disse que os subsídios devem ser pagos pelo Tesouro. "Em todo o mundo, as políticas sociais são pagas pelo governo, e não pelo consumidor de energia."

A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) não se manifestou. Com informações do Estadão Conteúdo.

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