O Governo turco intensificou nesta terça-feira (27) a sua "guerra contra o terrorismo" a cinco dias de eleições legislativas cruciais para o futuro do país, ao efetuar operações contra militantes jihadistas no seu território e atacar combatentes curdos na Síria.

A polícia antiterrorista conduziu uma vasta operação na cidade de Konya (centro) e deteve 30 alegados membros do grupo Estado Islâmico (EI).

Em duas outras ações, as forças da ordem anunciaram a prisão de 21 suspeitos do EI em Istambul e de outros 20 em Kocaeli (noroeste), precisou a agência de notícias Dogan.

Estas ações ocorreram um dia após um tiroteio que resultou na morte de dois polícias e nove membros do EI em Diyarbakir, a principal cidade do sudeste da Turquia, região com maioria de população curda.

Este confronto foi o mais grave desde a decisão de Ancara em juntar-se à coligação 'antijihadista' no verão.

A eleição antecipada de domingo decorre sob alta tensão após o atentado suicida atribuído aos 'jihadistas' e que provocou 102 mortos em 10 de outubro em Ancara numa manifestação pela paz, também promovida pelo Partido Democrático dos Povos (HDP), de Selahattin Dermitas.

Esta formação foi a grande surpresa das legislativas antecipadas de junho, ao contribuir de forma decisiva para o fim da maioria absoluta do partido no poder.

Desde então, a polícia turca decidiu "intensificar" as suas operações contra o movimento 'jihadista', e a rebelião curda.

O presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan e o primeiro-ministro cessante Ahmet Davutoglu têm centrado a campanha na necessidade do reforço da segurança e da unidade do país sob o lema "nós ou o caos".

Ainda na segunda-feira, o chefe de Estado prometeu prosseguir o combate contra "todas as organizações terroristas" que ameaçam a Turquia.

Neste contexto, a polícia deteve ainda nesta terça 13 militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Elazig (leste).