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Senadora discute com Renan por divergir de trâmite das contas de Dilma

A senadora Rose de Freitas queria que Renan não concedesse prazo de 45 dias para Dilma fazer sua defesa na Mesa Diretora da Casa

Senadora discute com Renan por divergir de trâmite das contas de Dilma
Notícias ao Minuto Brasil

09:56 - 22/10/15 por Estadao Conteudo

Política Discórdia

Senadores do PMDB bateram boca no gabinete da Presidência do Senado ao divergirem sobre o trâmite do processo de rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff do exercício de 2014. A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), foi a pivô da briga ocorrida na terça-feira, 20. Ela queria que Renan não concedesse prazo de 45 dias para Dilma fazer sua defesa na Mesa Diretora da Casa.

Rose preferia que Renan enviasse o processo diretamente para a comissão. Nesse caso, a senadora se tornaria - de imediato - a principal interlocutora do governo no assunto. Em outras palavras, seu passe ficaria mais valorizado.

Rose planeja disputar a sucessão de Renan em 2017. Nesse sentido, seria estratégico ter o controle sobre o destino das contas do governo federal, já que, em tese, a rejeição embasaria um pedido de impeachment de Dilma por crime de responsabilidade.

Colegas de PMDB no Senado, Jader Barbalho (PA) e Eunício de Oliveira (CE) - o atual líder - resolveram atrapalhar os planos da presidente da Comissão de Orçamento e bateram o pé dizendo que Renan deveria dar um prazo para Dilma se defender na Mesa.

Rose irritou-se e apelou: "Você, Renan, conta com essas figuras, mas eu é que sou sua aliada". Ex-presidente do Senado, Jader não gostou da fala da colega e esbravejou: "Isso aqui (o Senado) não é creche, não é jardim de infância." Rose deixou o gabinete de Renan aos prantos.

Ainda na terça-feira, Renan preferiu não decidir sobre o assunto por completo e somente leu em plenário o recebimento do parecer do TCU sem definir um prazo de defesa na Mesa.

Depois, foi a vez do líder do governo do Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), ir ao gabinete de Renan pedir que ele concedesse o prazo de 45 dias. "A Rose acha que o governo tem voto na comissão para aprovar as contas, mas não temos", afirmou Delcídio ao presidente do Senado

Na manhã de quarta-feira (21), Renan mandou preparar um despacho concedendo 45 dias para Dilma se explicar sobre as pedaladas à Mesa Diretora do Congresso. O relator do processo será Acir Gurgacz (RO), líder do PDT no Senado. Para a alegria dos governistas, já declarou não ver relação entre o impeachment e a rejeição das contas.

Neste segundo semestre, Renan demonstra-se mais afinado com Dilma. Por causa disso, têm sido recorrentes seus desentendimentos com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No caso das contas, contudo, Renan tem dito que precisa conceder todos os prazos legais à presidente Dilma a fim de que o Planalto não faça depois questionamentos do Supremo Tribunal Federal, resultando numa eventual nulidade do processo.

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