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Levy diz que 'está fora' se Congresso cortar a zero meta fiscal de 2016

"Se zerar o superávit, estou fora", disse Levy aos presentes ao encontro, realizado no Ministério da Fazenda, conforme relato ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado

Levy diz que 'está fora' se Congresso cortar a zero meta fiscal de 2016
Notícias ao Minuto Brasil

19:14 - 10/12/15 por Estadao Conteudo

Economia CMO

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu na quarta-feira à noite, 9, numa conversa com representantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que poderá deixar o governo caso seja aceita a proposta, defendida por uma ala do governo, de reduzir a zero a meta de superávit primário para o próximo ano, fixada por ele em 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). "Se zerar o superávit, estou fora", disse Levy aos presentes ao encontro, realizado no Ministério da Fazenda, conforme relato ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A eventual mudança na meta de economia que o País pretende fazer em 2016 para pagar os juros da dívida pública é um dos pilares da gestão Levy. A previsão do superávit de 0,7% do PIB consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que pode ir a votação a partir da próxima terça-feira, 15, dia em que haverá sessão plenária do Congresso.

O líder do governo na CMO, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), garantiu que apresentará uma emenda para ser votada em plenário a fim de contemplar a chamada "meta zero".

O petista disse que, se for aceita, essa alteração - na parte da União referente ao superávit (0,55% do PIB) - permitirá a liberação de R$ 34 bilhões em recursos. Desse total, R$ 24 bilhões serviriam para bancar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e outros R$ 10 bilhões para impedir um eventual corte nesse valor do Bolsa Família. Essa é a intenção do relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), para fechar as contas.

Revelada pelo Broadcast na semana passada, a intenção do líder do governo na CMO conta com o respaldo de parte dos integrantes da comissão e com apoio do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defensor de uma meta fiscal mais flexível para o próximo ano. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), integrante da CMO, disse que no governo "todo mundo" é a favor de uma meta menor no próximo ano, menos o ministro da Fazenda.

Pinheiro e outros senadores da base aliada, como Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do partido na Casa, também se mostram favoráveis a um meta fiscal "factível". A avaliação é que pode ser difícil cumprir o superávit de 0,7% do PIB diante dos déficits do ano passado e deste ano.

Outrora defensor da "meta zero", o senador Romero Jucá (PMDB-RR) desistiu de apresentar uma emenda com esse teor. Duas semanas atrás ele contou ter comunicado aos ministros da Fazenda e do Planejamento sua intenção. Mas admitiu nesta quinta-feira, 10, que recuou diante do apelo de Levy, de quem é um conselheiro frequente. "O apelo do Levy sempre cala fundo no meu coração, mesmo quando eu discordo dele", afirmou Jucá.

A presidente da CMO, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), é contra qualquer redução da meta fiscal. Para ela, uma mudança nesse sentido acabaria com o esforço que o governo tem feito para recuperar o equilíbrio econômico. Ela disse que, se a medida for aprovada, o País certamente será rebaixado por uma segunda agência de classificação de risco, com graves consequências para a economia brasileira.

Em setembro, logo após o governo ter mandado ao Congresso um orçamento para o próximo ano com um déficit de 0,5% do PIB, a Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil. Procurada desde a manhã desta quinta-feira, a assessoria do ministro Levy não respondeu até a publicação dessa reportagem.

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