Bolsa supera os 131 mil pontos e renova máxima histórica impulsionada por petróleo
As ações da Petrobras, uma das empresas de maior peso da Bolsa, subiram mais de 2% e impulsionaram o Ibovespa
© Reuters / Paulo Whitaker (Foto de arquivo)
Economia MERCADO-FINANCEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apoiada pela subida do petróleo no exterior, a Bolsa brasileira fechou aos 131.083 pontos nesta segunda-feira (18), numa alta de 0,68%, e renovou seu maior patamar da história.
As ações da Petrobras, uma das empresas de maior peso da Bolsa, subiram mais de 2% e impulsionaram o Ibovespa, acompanhando o avanço de 1,83% no petróleo tipo Brent, que fechou o dia cotado a US$ 75,95. A PetroRecôncavo, outra companhia do setor, subiu 4% e ficou entre as maiores altas da sessão.
Como pano de fundo, uma escalada nos ataques de rebeldes houthis no mar Vermelho está travando o trânsito de cargueiros na região, e petroleiras estão desviando rotas de seus produtos. O gigante BP, por exemplo, comunicou a suspensão dos embarques de navios que passam pelo local devido à "situação de segurança deteriorada" gerada pelos ataques.
A Vale, maior empresa do Ibovespa, subiu 0,47% e também deu força ao índice.
Além disso, o Ibovespa favorecido pelo movimento de alta dos índices americanos, em meio a alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.
Apesar do recorde nominal, o Ibovespa ainda está longe do pico, se for considerada a inflação. O pico do Ibovespa seria de 177.098 pontos, quando corrigido pelo IPCA atual, e de 212.305 pontos, quando corrigido pelo IGP-M, ambos atingidos em maio de 2008, antes da crise financeira do subprime. Os cálculos são da Economatica.
No câmbio, o dólar começou o dia oscilando, mas engatou queda ante o real durante a tarde, apesar de permanecer estável em relação a outras moedas fortes. A divisa terminou o dia em baixa de 0,67%, cotada a R$ 4,903.
"É um movimento mais ligado ao cenário interno. O mercado avalia negociações envolvendo a reforma tributária. Com um fiscal mais robusto, há chances de mais quedas do dólar contra o real", afirma Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.
Dois profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que o aprofundamento da queda do dólar ante o real também ocorreu em função da entrada de moeda no país, com parte dos estrangeiros atuando na Bolsa.
Além disso, segundo eles, a queda do dólar estava em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes no exterior, como o peso mexicano e o peso colombiano.
A subida das commodities também beneficia divisas de países exportadores, como o Brasil.
Agora, o mercado aguarda novos dados sobre a inflação americana, para alinhar apostas sobre uma possível queda de juros nos EUA. Caso haja arrefecimento das pressões de preços, o Fed pode ter de que afrouxar a política monetária mais cedo, o que tornaria o dólar menos atraente quando comparado a divisas arriscadas de retornos mais elevados, como o real.
No Brasil, há expectativa para a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nesta semana.
"O documento deve revelar mais informações sobre a discussão do Comitê, podendo mostrar se houve alguma conversa sobre um possível corte maior da Selic a vista", diz a equipe da Guide Investimentos.
Os analistas também destacam as divulgações do índice do Banco Central sobre atividade econômica e do relatório trimestral de inflação da autoridade monetária.
Investidores acompanham, ainda, o avanço da pauta econômica no Congresso.