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Bolsas dos EUA têm melhor dia desde agosto de 2015

O mercado brasileiro reagiu ao otimismo no exterior e subiu, enquanto o dólar caiu para R$ 3,30

Bolsas dos EUA têm melhor dia desde agosto de 2015
Notícias ao Minuto Brasil

19:01 - 26/03/18 por Folhapress

Economia Mercado financeiro

As Bolsas americanas tiveram o melhor dia desde agosto de 2015 com a sinalização de que Estados Unidos e China estão se aproximando para negociar tarifas impostas pelo governo americano ao gigante asiático na semana passada. O mercado brasileiro reagiu ao otimismo no exterior e subiu, enquanto o dólar caiu para R$ 3,30.

Os três principais indicadores americanos tiveram a maior alta diária desde 26 de agosto de 2015. O índice Dow Jones subiu 2,84%, o S&P 500 avançou 2,72% e o índice da Bolsa de tecnologia Nasdaq se valorizou 3,26%. Aqui, a alta foi mais comedida: o índice Ibovespa subiu 0,84%, para 85.087 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 7,5 bilhões, contra giro médio diário de R$ 11,3 bilhões.

O alívio também foi sentido no dólar: a moeda americana caiu 0,42%, para R$ 3,3050. A melhora foi motivada por declarações do premiê da China, Li Keqiang, que prometeu abertura de mercado para evitar uma guerra comercial com os EUA.

Ele reiterou promessas de facilitar o acesso às empresas americanas e ressaltou que a China tratará empresas estrangeiras e locais igualmente, não forçará estrangeiras a transferir tecnologia e fortalecerá os direitos de propriedade intelectual.

A movimentação busca convencer o governo americano a rever as tarifas de até US$ 60 bilhões impostas sobre bens chineses. Na sexta-feira (23), a China respondeu e declarou planos de cobrar impostos adicionais sobre até US$ 3 bilhões de importações dos EUA. A ameaça de guerra comercial impactou as Bolsas globais e fez os índices americanos registrarem a pior semana desde janeiro de 2016.

Nesta segunda, o conselheiro para comércio da Casa Branca Peter Navarro confirmou que o presidente americano, Donald Trump, pediu ao secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, e ao representante de comércio americano, Robert Lighthizer, para tentar resolver diferenças comerciais com a China.

À emissora Fox News, Mnuchin disse estar "cautelosamente esperançoso" de que a China vai alcançar um acordo para evitar as tarifas impostas pelos EUA. A aproximação desta segunda trouxe alívio aos investidores, avalia Carlos Soares, analista-chefe da Magliano Invest.

"Ainda há um fator de cautela. A declaração do secretário do Tesouro de aproximação com a China agradou, mas resta saber se ela vai ser adotada por Trump. Ele tem adotado uma postura errática, demitindo membros do governo. Mas hoje o mercado deu crédito à fala do secretário do Tesouro", afirma.A avaliação é a mesma de Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets. "Não se espera que os EUA voltem atrás com as sanções, mas que tenham uma medida mais ponderada, o que trouxe um pouco de calma, algum respiro para as commodities", diz.

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"Teve esse movimento positivo no início da semana por causa da conversa que o pessoal dos EUA vai ter com a China. Aqui foi um movimento mais norteado pelo exterior", complementa. Os investidores também acompanharam a decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) de manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso tríplex. Além disso, observaram a movimentação do ministro Henrique Meirelles de renunciar à Fazenda para concorrer ao Planalto.

AÇÕES

Dos 64 papéis do Ibovespa, 49 subiram, 14 caíram e uma fechou estável. As ações da Eletrobras lideraram as altas do índice, após a medida provisória sobre a privatização da estatal ter a vigência prorrogada por mais 60 dias e também depois que a empresa anunciou plano de demissão consensual que prevê desligar até 3.000 funcionários da holding e de subsidiárias. A empresa quer economizar R$ 890 milhões por ano.

Os papéis ordinários da estatal subiram 7,41%, e os preferenciais avançaram 6,94%. As ações da Magazine Luiza tiveram alta de 5,49% e as da Via Varejo avançaram 4,69% em repercussão à decisão do Banco Central de reduzir o custo de operação com cartão de débito, em movimento que deve impulsionar o consumo.

Os bancos também subiram, sob impacto da medida. As ações do Itaú Unibanco se valorizaram 1,24%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 0,57%, e os ordinários ganharam 0,96%. O Banco do Brasil teve avanço de 0,68%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil teve ganho de 1,43%.

Na ponta contrária, a BRF caiu 2,68%. A Kroton recuou 1,75%, e a CCR perdeu 1,74%. Os papéis da Petrobras subiram mais de 1%, mesmo com a queda do petróleo no exterior. Os papéis mais negociados da estatal avançaram 1,29%, para R$ 22,03. As ações com direito a voto tiveram alta de 0,84%, para R$ 23,91. A mineradora Vale avançou 0,96%, para R$ 42.

CÂMBIO

O dólar perdeu força ante 25 das 31 principais moedas do mundo. O Banco Central fez nesta segunda o primeiro leilão para rolar os contratos de swaps cambiais tradicionais (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento abril. Até agora, o Banco Central já rolou US$ 7,7 bilhões do total de US$ 9,029 bilhões que vencem no próximo mês.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) caiu 2,43%, para 167,3 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados caíram. O DI para abril deste ano caiu de 6,394% para 6,393%. O DI para janeiro de 2019 recuou de 6,360% para 6,320%. Com informações da Folhapress.

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