Governo panamenho faz defesa feroz ao setor financeiro
Segundo Hincapié, o líder da OCDE e outros que confiaram na informação constante dos "Documentos do Panamá" estão tentando "distorcer os fatos e manchar a reputação do país"
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Mundo Panamá
O Panamá fez hoje uma feroz defesa do seu vital setor de serviços financeiros, tentando evitar uma repressão internacional dos seus negócios 'offshore' após o escândalo causado pela divulgação dos "Documentos do Panamá".
Os diplomatas acreditados no pequeno país da América Central foram chamados ao ministério dos Negócios Estrangeiros para ouvir governantes argumentarem que é injusto destacar o Panamá no escândalo.
"[Ouviram] a verdade sobre o Panamá", disse o secretário de Estado da Comunicação, Manuel Dominguez, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O Governo também escreveu uma carta com palavras duras ao dirigente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurria, atacando uma declaração deste em que descreveu o Panamá como "o último grande reduto que continua a permitir que se esconda dinheiro 'offshore' para fugir às autoridades fiscais e judiciais".
Acusações que o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Miguel Hincapié, classificou na carta como falsas, "injustas e discriminatórias".
Segundo Hincapié, o líder da OCDE e outros que confiaram na informação constante dos "Documentos do Panamá" estão tentando "distorcer os fatos e manchar a reputação do país".
O Panamá avisou também que poderá retaliar contra França se esta cumprir a promessa de voltar a pôr o país na sua lista negra de "paraísos fiscais" -- um estatuto que faria com que as transações no Panamá fossem encaradas como prováveis esquemas de evasão fiscal.