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Candidato bolsonarista é suspeito de atropelar e arrastar militante do PT por 2 km em Sergipe

Flávio da Direita Sergipana (esquerda da foto) é suspeito de atropelar e arrastar um militante do PT, identificado como Charles Belchior Fontes Silva

Candidato bolsonarista é suspeito de atropelar e arrastar militante do PT por 2 km em Sergipe
Notícias ao Minuto Brasil

17:30 - 03/10/24 por Folhapress

Política Violência

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) - O PT de Aracaju registrou boletim de ocorrência contra o candidato a vereador Flávio da Direita Sergipana (PL) na noite desta quarta-feira (2).

 

Ele é suspeito de atropelar e arrastar um militante do partido, identificado como Charles Belchior Fontes Silva, por 2 km durante carreata liderada pelas candidatas petistas Candisse Carvalho e Professora Rosângela, no Conjunto Augusto Franco, na Zona Sul da capital de Sergipe.

Segundo o PT, Charles passou por procedimento cirúrgico por conta de uma fratura na perna e tem quadro clínico estável, embora sem previsão de alta. Vídeos obtidos pela Folha mostram o momento em que o militante é atropelado pelo veículo e arrastado pelas ruas.

Em um deles, gravado à distância, Charles está à frente do carro e é atropelado; no segundo, é possível ouvir um barulho e os gritos dele, pedindo para que parassem e afirmando, repetidas vezes, que estava sentindo dor na perna.

Conforme relata o boletim de ocorrência, Charles se dirigiu ao motorista do veículo, teria sido identificado como Flávio, que acelerou e atropelou o militante, "imprenssando-o" em outro veículo e fraturando sua perna esquerda. Ele teria sido arrastado até o bairro Conjunto Orlando Dantas, onde o veículo parou em frente à 4ª Delegacia Metropolitana.

O candidato Flávio da Direita Sergipana foi às redes sociais para se defender. De acordo com ele, ele e sua comitiva teriam sido "agredidos e quase linchados por covardes do PT" após terem mostrado uma carteira de trabalho para a candidata Candisse.

Após isso, parte da equipe dela teria cercado o carro e impedido que saíssem da rua. "A nossa arma era uma carteira de trabalho, a deles eram barras de ferro. Jagunços, possivelmente armados, vieram para cima da gente", disse ele.

A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para investigar o atropelamento e que, por determinação do secretário de Segurança Pública, João Eloy, o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, sob suspeita de tentativa de homicídio.

De acordo com informações preliminares, complementa, Flávio de Oliveira Rodrigues, candidato a vereador pelo PL, é apontado como o possível autor do atropelamento. Testemunhas serão convocadas, assim como serão coletados laudos médicos, perícias e imagens de câmeras de segurança.

Do hospital, Charles Belchior enviou um vídeo e falou sobre seu estado de saúde. Segundo ele, faltou pouco para que precisasse amputar a perna. Ele disse que não sabia o que iria acontecer quando estava em cima do capô do carro em alta velocidade e começou a gravar, para tentar impedir que a ação continuasse.

"Fiz uma cirurgia ontem à noite. Vou passar mais uns dez dias no hospital para fazer outra cirurgia", contou.

A candidata Candisse Carvalho disse estar sentindo "uma tristeza imensa e uma raiva que mal consigo descrever". Ela acrescentou que considera o ato brutal e "uma crueldade que não cabe em palavras".

"Mais do que triste, estou indignada. Não é apenas tristeza pelo nosso militante, mas um sentimento de injustiça por todos que acreditam em uma política mais justa e humana. Imagine se ela não se segurasse? O que poderia ter acontecido? Não podemos aceitar que o ódio e a intolerância tomem conta da nossa cidade. O que aconteceu fere cada um de nós que luta por nossa capital, e nós, do Partido dos Trabalhadores, exigimos que a justiça seja feita", afirmou.

O senador Rogério Carvalho (PT), marido de Candisse, disse repudiar o ato. "Essas ações são manifestações claras do ódio bolsonarista e da extrema direita, que desprezam a democracia e a liberdade de expressão. Trata-se de uma ideologia doentia e violenta que deve ser extirpada da convivência pacífica do povo de Aracaju", reiterou.

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