O texto-base da reforma política foi aprovado, na noite do último dia 9, pela Comissão especial da Câmara, e precisa ser aprovado, na Câmara e no Senado, até o dia 7 de outubro, para começar a valer a partir das próximas eleições.

Entre os principais pontos da proposta estão a criação de um fundo alimentado com recursos públicos para bancar as campanhas, no valor de R$ 3,6 bilhões, a proibição de doações de empresas privadas para candidatos, e a mudança no sistema eleitoral, que prevê a adoção do voto distrital misto, modelo em que são eleitos para o Legislativo os candidatos mais votados nos estados.

O relatório tem dividido opiniões e tem sido bastante criticado por algumas deputadas, já que o texto da reforma não aborda a necessidade de aumentar a representação das mulheres no Parlamento. Pelo contrário, o "distritão" deve contribuir para a manutenção da exclusão.

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"As mulheres são maioria da população. Somos apenas 10% da representação, aqui. Então, está claro que esse modelo exclui as mulheres do parlamento. E o 'distritão' só vai concentrar o voto naquelas grandes personalidades, em quem tem recursos para fazer campanha nos estados inteiros", disse a deputada federal Luiza Ferreira (PPS-MG).

Já Maria do Rosário (PT-RS) defende que, no momento em que o texto da reforma for levado ao plenário da Câmara, seja colocada em votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 134/15 que reserva percentual mínimo de representação para mulheres.

Segundo a proposta, seriam garantidos a elas 10% das cadeiras na primeira legislatura, 12% na segunda e 16% na terceira. Além disso, ao menos as bancadas de cada estado deveriam ter pelo menos uma mulher. "Hoje, nós temos cinco estados que não tem nenhuma mulher", destacou a deputada.