'Carolzinha' tinha padrão próprio de mulher do crime, revela juíza
A juíza Valéria Rodrigues, da Vara Infracional da Infância e Juventude, analisa que Carolzinha fugia do perfil de líder de gangue
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Justiça Tráfico
Enquanto líderes de gangue buscam 'conquistar' vizinhos para manter o poder, Sarah Carolina da Silva de Souza, a 'Carolzinha', de 19 anos, era conhecida como implacável na comunidade do Morro Vermelho, em Betim, na Grande Belo Horizonte (MG). Conforme informou o "R7", ela agredia moradores, cobrava 'desfalques' provocados por apreensões policiais metia medo em quem tentasse desafiá-la. Carolzinha foi morta na última semana depois de atirar em dois policiais que a revistaram.
A juíza Valéria Rodrigues, da Vara Infracional da Infância e Juventude, analisa que Carolzinha fugia do perfil de líder de gangue. "Em BH, as jovens envolvidas com crimes tem outro perfil. São brigas de escola, desavença familiar. Quando entra por tráfico é porque foi usada pelo namorado que tinha drogas, mas é raro quando tomam a iniciativa. É uma diferença muito grande quando são as líderes", explicou.
A Coordenadoria da Infância e da Juventude tem uma média de 10 mil apreensões de adolescentes todos os anos. Oitenta e cinco por cento destes são homens e 95% moram em aglomerados. Para a juíza, o local de moradia é uma constante nas detenções. "Pelo que foi noticiado, ela tinha um comportamento atrevido, queria definir as regras", disse.
O ganho financeiro rápido e a falta de emprego levam jovens vulneráveis ao crime, segundo a juíza. "Quase todos são moradores de periferia, isso não é por acaso. Tem essa cultura de facilidade, de ganhar dinheiro rápido, se exibir na balada. Isso, aliado à falta de estudo e oportunidade de emprego, leva esses meninos a entrarem para o tráfico", explicou.
Ainda segundo o "R7", outro fator apontado pela magistrada é a influência de criminosos na família. Segundo os registros policiais, Carolzinha tem um irmão preso . Ela inclusive já teria tentado matá-lo. Diego de Souza é apontado por policiais do 33º Batalhão, responsável por Betim, como sucessor dela no comando da gangue do Morro Vermelho.