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Juiz detido por beneficiar integrantes de quadrilha de tráfico

Um juiz de Minas Gerais está preso preventivamente acusado de beneficiar uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas da região sudeste. De acordo com o Globo, a polícia encontrou várias sentenças assinadas pelo juiz beneficiando traficantes clientes da advogada Andrea Elizabeth de Leão Rodrigues.

Juiz detido por beneficiar integrantes de quadrilha de tráfico
Notícias ao Minuto Brasil

06:39 - 28/07/14 por Notícias Ao Minuto

Justiça Minas Gerais

O juiz Amaury de Lima e Souza foi detido acusado de beneficiar uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas da região sudeste.

“Ah, p..., eu estou numa preocupação do c... Então é o seguinte. Eu não sei, cara. Eu estou achando que vem uma m.. muito grossa aí pela frente”, desabafou o juiz para um advogado seu amigo, através do telefone.

E acertou. Através de vários telefonemas e de sentenças assinadas beneficiando traficantes, o juiz foi denunciado, junto com a advogada Andrea Elizabeth de Leão Rodrigues, por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Dezessete pessoas foram presas e cerca de R$ 70 milhões apreendidos em dinheiro, drogas, armas, imóveis, dezenas de carros de luxo e até um avião.

Trazida da Bolívia, a droga era distribuída, em vários locais, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Algumas conversas foram publicadas pela Globo.

Amaury: Alô.

Andrea: Eu não estou entendendo nada.

Amaury: O que que você não está entendendo, o que você me pediu?

Andrea: Tá, mas não tem alvará, não tem nada.

Amaury: Hein?

Andrea: Não tem alvará.

Amaury: Não é isso que você me pediu não. Você me pediu para enviar uma peça do carro para você.

Andrea: Espera a peça chegar. Eu não, mas.

Amaury: Já fiz o pedido da peça. Andrea: Ah tá, entendi.

De acordo com a polícia, a peça seria o alvará de prisão domiciliar que o juiz concedeu a um traficante.

Existem outros casos revelados. Um dos traficantes detidos, Álvaro Daniel, foi transferido de um presídio em Fortaleza para prisão domiciliar em Juiz de Fora, depois de a defesa ter apresentado atestado médico para o seu cliente.

“Certidões falsas, comprovantes de residências falsos, levando esse preso de um estado para a base Juiz de Fora. As provas produzidas dão conta que ele participava, ele não julgava, ele era participante da organização criminosa”, disse o Superintendente PF-MG, Sérgio Menezes.

Outra das conversas reveladas foi entre integrantes da quadrilha.

“Será que não arruma uns R$ 500 mil até amanhã? Que tenho que pagar o juiz. Que o amigo saiu da cadeia. Mas tenho que pagar, amanhã, R$ 600 mil”.

O juiz e a advogada estão presos preventivamente.

De acordo com o Procurador Geral de Minas Gerais,Carlos André Bittencour, as provas são muito fortes.

"A prova produzida no inquérito conduzido pela Polícia Federal é contundente, ela é forte, são interceptações telefônicas, são gravações de vídeo, a própria movimentação financeira e a prova testemunhal presente no inquérito. A prova é robusta”, concluiu.

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