Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Por que Aloysio Nunes foi a Washington logo depois da votação?

O vice-presidente teria enviado Nunes para Washington, para lançar uma “contraofensiva de relações públicas” e combater o aumento do sentimento anti-impeachment ao redor do mundo"

Por que  Aloysio Nunes foi a Washington 
logo depois da votação?
Notícias ao Minuto Brasil

07:06 - 19/04/16 por Notícias Ao Minuto

Política Impeachment

Após votação favorável ao impeachment da presidente

Dilma

Rousseff, em um ato simbólico, o deputado federal Bruno Araújo

deu o voto favorável nº 342, mínimo para admitir o processo. Tal político foi

mencionado em um documento que diz que ele teria recebido fundos ilegais de uma das principais empreiteiras envolvidas no atual escândalo de corrupção do

país, segundo escreveu o senador

Lindbergh

Farias em seu

Facebook.

A revista

The

Economist, escreve que

“na falta da prova de um crime, o impeachment é injustificado” e “parece apenas um pretexto para expulsar um presidente impopular.”

Os processos de domingo (17) foi

presidido por Eduardo Cunha,

que teve milhões de dólares sem origem legal recentemente descobertos em contas secretas na Suíça, e que mentiu sob juramento ao negar, para os investigadores no Congresso, que tinha contas no estrangeiro. Outro jornal, o

The

Globe

and

Mail, noticiou que, dos

594 membros da Câmara, “318 estão sob investigação ou acusados” enquanto o alvo deles, a presidente Dilma, “não tem nenhuma alegação de improbidade financeira”.

É possível que o

Senado

concorde

com as acusações, o que resultará na suspensão de 180 dias de Dilma como presidente e a instalação do governo pró-negócios do vice

Michel Temer (PMDB). Ele, como o jornal norte-americano

The

New York Times informa, está “sob alegações de estar envolvido em um esquema de compra ilegal de etanol”.

Para

Lindbergh, os Estados Unidos têm permanecido

silenciosos sobre

o cenário tumultuado do Brasil, e sua postura mal foi debatida na grande imprensa. Não é difícil entender a razão. O

país norte-americano nega ter qualquer

envolvimento no golpe militar de 1964,

que removeu o governo eleito. Um golpe que resultou em 20 anos de uma ditadura. Porém, documentos secretos e registros surgiram, comprovando que os EUA ajudaram

no

planejamento

do golpe, e o relatório da Comissão da Verdade de 2014 no país trouxe informações de que

os Estados Unidos

e o Reino Unido apoiaram agressivamente a ditadura e até mesmo “treinaram interrogadores em técnicas de tortura.”

O

relacionamento de Dilma com os

Estados Unidos

foi

instável

durante anos, e

altamente

afetado pelas declarações de denúncia da presidente à espionagem da NSA, que atingiu a indústria brasileira, a população e a presidente pessoalmente, assim como as estreitas relações comerciais do Brasil com a China.

Autoridades em Washington

parecem deixar claro que não veem mais o Brasil como seguro para o capital.

Muitas pessoas da esquerda brasileira acreditam que os

os

norte-americanos

estão planejando ativamente a instabilidade atual no país com o propósito de se livrar de um partido

que se apoiou

no comércio com a China.

Embora não

exista

nenhuma evidência que comprove essa teoria,

em

uma viagem

pouco divulgada

aos

Estados Unidos,

um dos principais líderes da oposição brasileira deve provavelmente alimentar essas preocupações.

No dia seguinte à votação do impeachment

o Senador

Aloysio

Nunes

(PSDB)

estará em Washington para participar de três dias de reuniões com várias autoridades

norte-americanas, além de lobistas e pessoas influentes próximas a Clinton e outras lideranças políticas.

Nunes vai se reunir com o presidente e um membro do Comitê de Relações Internacionais do Senado, Bob

Corker

e Ben

Cardin, e com o Subsecretário de Estado e ex-Embaixador no Brasil, Thomas

Shannon. Irá ainda

comparecer a um almoço promovido pela empresa lobista de Washington,

Albright

Stonebridge

Group, comandada pela ex-Secretária de Estado de Clinton, Madeleine

Albright

e pelo ex-Secretário de Comércio de Bush e ex-diretor-executivo da empresa

Kellogg, Carlos

Gutierrez.

A Embaixada Brasileira em Washington e o gabinete do Senador

Nunes disseram ao

jornal

The

Intercept

que não tinham maiores informações a respeito do almoço de terça-feira

(19).

Figura da oposição

muito

importante, Nunes já que

concorreu à vice-presidência em 2014 na chapa do PSDB,

que perdeu para Dilma.

Aparentemente

ele passa

a ser

uma das figuras-chave de oposição que lideram a luta do impeachment contra Dilma no Senado.

O senador

Nunes foi

apontado em denúncias de corrupção. Em setembro

do ano passado, um juiz ordenou uma investigação criminal após

um executivo de uma empresa de construção

declarar a investigadores ter oferecido R$ 500.000 para financiar sua campanha.

R$ 300.000 enviados legalmente e mais R$ 200.000 em propinas ilícitas de caixa dois,

para ganhar contratos com a Petrobras. E essa não é a primeira acusação do tipo contra ele.

O

vice-presidente

teria

enviado

Nunes para Washington, segundo a Folha

de S. Paulo, para lançar uma “contraofensiva de relações públicas” e combater o aumento do sentimento

anti-impeachment

ao redor do mundo".

Nunes disse, em Washington, “vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas”.

Temer, em particular, estava abertamente preocupado e furioso com a denúncia do impeachment pela Organização de Estados Americanos, apoiada pelo Estados Unidos, cujo secretário-geral,

Luis

Almagro, disse que estava “preocupado com [a] credibilidade de alguns daqueles que julgarão e decidirão o processo” contra Dilma.

A viagem para Washington dessa figura-chave

da oposição

e

envolvida em

escândalos de

corrupção, um dia após a Câmara ter votado pelo impeachment de Dilma,

levanta

dúvidas sobre a postura dos Estados Unidos em relação à remoção da presidente.

O

gabinete do Senador

Nunes, porém,

informou

que a ligação do

vice-presidente não foi o motivo para sua viagem a Washington.

Campo obrigatório