Estado de SP decide não liberar vacina contra gripe nesta 2ª
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias
© Wilson Dias/Agência Brasil
Brasil Vacinação
O Ministério da Saúde liberou a vacinação contra a gripe para toda a população a partir desta segunda-feira (5) devido ao grande número de doses em estoque. O Estado de São Paulo, porém, não vai aderir à medida e continuará a imunizar apenas os grupos prioritários.
Estados e municípios têm autonomia para seguir ou não a orientação do ministério. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, "São Paulo tem mais de 44 milhões de habitantes e, portanto, uma eventual ampliação de públicos depende do envio de quantitativos extras".
No momento, o Estado dispõe de cerca de 3,6 milhões de doses.O público-alvo da campanha inclui idosos, crianças de 6 meses a 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas, presos e jovens que cumprem medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional.
Dentro desse grupo, o Estado de São Paulo já vacinou 9,4 milhões de pessoas de um total de 10 milhões apontado como meta pela secretaria da Saúde.
Ao anunciar a ampliação da campanha, o Ministério da Saúde afirmou haver um estoque disponível de 10 milhões de doses, de um total de 60 milhões adquiridas. Até sexta (2), 76,73% do público-alvo, cerca de 41,3 milhões, tinha sido vacinado -a meta é alcançar 90%.
"Neste ano, tivemos poucos casos por influenza devido à baixa circulação do vírus. Em consequência disso, o público-alvo procurou menos os postos de saúde. Para que não haja desperdício, já que estas vacinas só valem por um ano, decidimos estender a todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques", afirmou Barros.
Nenhum grupo prioritário atingiu a meta de vacinação. Entre os públicos-alvo, os trabalhadores da saúde registraram a maior cobertura vacinal (84,5%), seguido pelos idosos (83,8%) e indígenas (83,6%).
Os grupos que menos se vacinaram são as crianças (62,3%), gestantes (62,4%), professores (76,7%) e puérperas (83,2%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 8,4 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.
Questionado se a ampliação não pode levar à falta de vacinas para parte do público-alvo que buscar os postos de saúde na próxima semana, o ministro admite que há esse risco.
"Há o risco, mas a vacina tem que ser aplicada antes do início do inverno. Por isso tínhamos uma data final da campanha. Prorrogamos a campanha, a adesão não melhorou. Como tenho 10 milhões de doses não aplicadas, preferi liberar para todos. É melhor algum brasileiro ser vacinado do que a vacina ficar vencida esperando que alguém que tenha direito apareça. O tempo para o público-alvo buscar o seu direito já foi ultrapassado", disse à Folha.
A vacina ofertada no SUS protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
As contraindicações são para pessoas com histórico prévio de reação anafilática ou alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados, assim como a outros componentes da vacina. Com informações da Folhapress.